As chamas (2017-06-17)
canetadapoesia
Altas e assustadoras vogavam ao sabor de um vento
que não se acalmava e ainda as atiçava,
eram chamas altas, enormes mesmo,
ultrapassando a copa das já de si altas árvores.
No arremesso contra as coisas e no ataque aos humanos seres,
que se atreveram e se permitiram viver no verde, entre árvores,
desfrutando de um oxigénio que agora,
brutalmente,
se consomia em golfadas de labaredas incandescentes
que cresceram e se avermelhara na sua incontida raiva
contra a invasão de um domínio que só a elas pertencia.
E crepitavam assustadoramente em contínuo e repetido aviso,
para que se afastassem da sua influência,
reagindo a fogo forte e monstruoso
reduzindo tudo o que encontrava à sua passagem
a cinzas de destruição e ao pó da eternidade
a que o mundo na sua suprema sabedoria reduz a vida!
“Do pó viestes, ao pó tornarás”.