Quando me falas ao telefone
canetadapoesia
Ouço do outro lado do fio,
ou sem, que a modernidade já não trás nada atrás,
e na tua voz de princesa clamas,
na urgência da brincadeira que te chama,
“Bom ano, avô”.
E a lágrima que sustenta esta emoção,
de te ouvir de tão longe assim,
pertinho do meu coração,
responde de prontidão,
com o salgado da água que a compõe.
E ali fico querendo falar,
sem conseguir articular mais do que a resposta.
Choram os olhos, sorri a alma,
e, desaustinado, o coração palpita, bate forte,
solta-se em galope acelerado,
nas saudades que de vós sinto.
Bom ano, princesas da minha vida.