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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

30
Jun14

Língua


canetadapoesia

 

As capacidades que ela tem são inúmeras,

nem eu as consigo enumerar,

pois esta língua consegue superar-se e,

melhor ainda, supera-me a mim próprio.

É vê-la, a distender-se, a enrolar-se,

em sucessivas acrobacias,

saindo boca fora ou encolhendo-se,

aquietando-se ou buscando recônditos inesperados.

Estica-se e prolonga-se para alcances quase inatingíveis,

enrosca-se e enrola-se ao redor de qualquer doçura,

em profundidade até me surpreende,

penetra fundo, alonga-se e lambuza-se,

não há cremosidade que lhe escape,

e como ela gosta!

Adora envolver-se, penetrar e lamber,

mantendo as pupilas gustativas,

em permanente e deliciosa actividade.

Haverá quem não goste?

Há vários tipos, é certo,

mas quando são cremosas e estão quentinhas,

vê-se o creme a derreter e,

não há língua que resista e vai-se a ele,

em profundas lambidelas, besunta-se, degusta,

sente o agridoce que se lhe derrete na boca,

ainda lambe os beiços com tal delícia,

nada como uma bola de Berlim, cremosa e quentinha.

30
Jun14

Pé na areia


canetadapoesia

 

Dia de praia,

pé na areia,

a caminho da água,

ali tão perto,

tão quente e apelativa,

sem restrições,

mergulhar-lhe nas entranhas,

fundo, sentindo o âmago,

de tão profunda introdução,

em tão cálido local.

27
Jun14

Exuberante


canetadapoesia

 

Podia admirar-se o conjunto,

era agradável à vista,

dir-se-ia mesmo que

era exuberante,

na postura, na forma das formas,

na estrutura que as suportava,

em cada balanço,

um passo à frente ou um passo atrás,

sentia-se que tudo poderia desabar.

Na verdade, era só uma primeira impressão,

porque quando os olhos se depositavam,

naquele ser exuberante,

e lhe percorriam a estrutura,

em busca de falha,

que propiciasse a queda,

logo se esbugalhavam de admiração,

porque ali, nada caía, nada tombava,

tudo estava no seu lugar,

fixamente agarrado à estrutura exuberante.

26
Jun14

Em forma de coração


canetadapoesia

 

Em forma de coração

fazes boquinha,

rola-te uma lágrima na face,

com a facilidade da gota de água,

choras e estranhas,

o ser barbudo que,

enternecido te afaga,

e sorris,

com as carícias com que te brindo.

Uma Princesa,

pequenina ainda,

mas tão amorosa.

26
Jun14

Aquece


canetadapoesia

 

Que te aquece o corpo não duvido,

está forte, intenso e muito quente,

mas o que não sabes nem imaginas,

é que enquanto o teu corpo aquece,

a minha alma resplandece.

26
Jun14

Fixas-te em mim


canetadapoesia

 

Olhas-me intensamente,

de cada vez que em ti pego,

e desses olhos negros,

sai a chama de um olhar,

que me deslumbra.

Esbracejas no ar,

e tudo queres agarrar num repente,

os óculos ou mesmo a barba,

fechas a mãozinha,

como uma tenaz de força e destreza,

puxas e arrancas,

como a mão de um tractorista,

e no entanto,

tão pequenina que és,

e fitas-me,

com esse negro e intenso olhar.

25
Jun14

Hoje não


canetadapoesia

 

Que não posso,

não estou concentrado,

e nesta minha desvinculação,

com a realidade que me queres dar,

estou longe, muito longe,

por isso,

hoje não, que não estou em condições,

de responder cabalmente,

às exigências que de mim esperas,

e eu, que não quero hoje,

porque não quero desapontar-te,

fico-me pelo olhar,

e vejo-te como se o quisesse hoje,

mas não pode ser,

porque hoje,

não quero desapontar-te.

24
Jun14

Saudade


canetadapoesia

 

Estou longe, mas tão perto,

longe da vista, perto do coração,

essa palavra tão nossa,

que abunda na alma e na imaginação,

presente em todos os momentos,

pesa mais que nunca.

Saudade!

Saudades das origens, das gentes,

de uma terra a que chamamos nossa,

e que gostaríamos de ter, agora,

aqui mesmo ao lado do coração.

24
Jun14

Pôr do sol em Zadar


canetadapoesia

 

Em Zadar, no ponto mais proeminente,

sentado, esperava o momento para descobrir e,

nele depositar um olhar de surpresa e admiração,

pela multiplicidade das cores,

com que o adormecer do astro rei,

me brindaria o prazer de o olhar.

O mais belo pôr de sol do mundo, diziam,

testemunhei a beleza do seu deitar,

suave mas constante, indizível,

uma panóplia de cores,

vermelhas, laranjas e até brancas sobre azul,

uma maravilha da natureza com que a alma se encanta e,

entre as centenas de pessoas presentes,

um “bruá” final, coroou o apagar dos raios luminosos que, lá longe,

bem ao fundo do mar e onde a vista mal alcança,

acabavam de se tapar com o manto de arminho,

que a noite do Adriático sobre eles lançou.

O poder, a magia e beleza da natureza,

ali, à vista dos olhos ávidos do mundo.

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