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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

23
Jun14

De manhã


canetadapoesia

 

Muito cedo me levanto,

de manhã se começa o dia,

diz o velho ditado,

mas há dias que não apetece

sair da cama e largar o quente,

que a noite serena oferece,

com o calor que o corpo gera.

De manhã, muito cedo,

começa o primeiro dia

deste verão que se inicia

cinzento e chuvoso.

De manhã sentimos

como vai correr o dia,

a tarde e a noite comprovarão, ou não,

que este é o primeiro dia de verão.

22
Jun14

Ligeira


canetadapoesia

 

Era a refeição,

e de pouco se compunha,

mas o sorriso que a acompanhava,

trazia consigo o consolo,

de repastos e manjares reais,

que o seu coração quente,

das terras do sol e pele alaranjada,

servia com a alma incandescente,

transbordava de simpatia e,

dos seus olhos risonhos,

saíam as estrelas que a acompanhavam.

 

21
Jun14

Pinga-me


canetadapoesia

 

Caem grossas pingas,

desta chuva fora de época,

acertam-me em cheio

na cabeça, no corpo

de verão vestido,

no primeiro dia do solstício.

Pingam-me da testa,

rolam sobre o rosto,

limpam as mágoas que,

neste corpo de inverno saído,

se preparava para no verão entrar,

sem os apetrechos que,

o inverno chuvoso

obriga a carregar.

Pinga-me da testa

e corre-me pelo corpo.

21
Jun14

Panos brancos


canetadapoesia

 

Ao longe, onde dificilmente a vista distingue,

panos brancos ao vento, enfunados,

içados pelo homem, puxados à mão,

para cima, para abrirem, cheios de vento,

com o ar que corre e esta suave e fresca brisa,

que se enchem de orgulho voador,

pensando descolar das águas,

que os agarra pelo peso e gravidade,

impedindo-os de abrir asas e voar mais alto.

Ao longe navegam sobre águas límpidas,

azuis turquesa, calmas, sem ondas,

panos brancos ao vento, cheios deste ar que os há de empurrar,

pelo ar, pelo mar, por este imenso mar.

dentro o sonho que o mar incrementa,

que a alma desenha e a lua, que agora é sol,

alimenta a rodos, poesia dispersa, para em uníssono,

gritando ao ar, dizer como nunca ousou,

sou o vento, que te empurra os sonhos,

sou a vida que constrói o sonho e, sem ele, nada vale.

21
Jun14

Estás a brincar


canetadapoesia

 

Falo-te mais ríspido,

vamos, tens de tomar banho,

está na hora e a mamã está a chegar.

Vá, anda lá, despacha-te,

Queres que me zangue?

Já viste bem a minha cara de zangado?

Olha bem, que eu vou mesmo zangar-me contigo.

Não vais nada, tu não te zangas comigo,

estás a brincar avô, estás a brincar comigo, pois estás?

Ah que inocência nestas frases,

que esperteza,

a jogar com os sentimentos de um avô que,

sabe, há muito, que não se zanga com ela,

mesmo em desespero de causa.

E depois, aquelas covinhas entre sorrisos malandrecos,

desarmam qualquer um, e a mim derretem-me.

21
Jun14

Pelo corredor


canetadapoesia

 

Apressada, seguias pelo corredor,

de uma ponta a outra,

de um a outro ponto,

onde atarefada preparavas,

a ligeira refeição com que,

o teu belo sorriso nos afagaria o coração,

e com um esforço suplementar,

aconchegavas-nos o estômago.

E corrias na ânsia dos ponteiros que um imaginário relógio,

te ritmava os gestos e movimentos,

sorrindo, sorrindo entre nós,

que te recebíamos com o carinho,

que uma alma generosa, aberta e sorridente,

proporcionava a quem dela recebia,

um sorriso nos céus,

pelo corredor da nossa universalidade.

20
Jun14

Em Split


canetadapoesia

 

E de repente, como em outros tempos,

da mesma forma que em outras geográficas latitudes,

acende-se, ao mesmo tempo que escurece tudo à sua volta,

troveja, relampeja e o céu incendiado,

tomba em águas feito, uma cascata verdadeira,

tão intensa e abrupta como rápida,

chegou, encharcou e logo parou.

Em Split, é assim,

exactamente como nos trópicos,

quente, húmido, muita água à volta,

mas o céu não descansa mesmo que,

o mar seja límpido e translúcido, uma gema,

autêntica pedra preciosa,

mas quando cai água do céu é assim,

forte, cheia, barulhenta e rápida,

para logo se aquietar em arrufos de amor,

como quem trata dos filhos.

20
Jun14

Longe e assim tão perto


canetadapoesia

 

Perto ou longe, em que bitola se medem?

Depende, o que para uns será, não terá,

para outros o mesmo significado.

Estou longe, mesmo muito longe,

andei muitos quilómetros para aqui chegar,

e no entanto, sinto-me tão perto,

tão perto que do longe fraquejo a distância,

e neste encurtar de lonjuras,

resta somente a saudade.

E que saudade suporta a lonjura,

que seja distante, ou mesmo a que está mais perto?

O que importa é encurtar,

não a distância, essa lonjura qie nos separa,

mas a saudade que, por muito próxima,

é sempre uma distância de lonjura tremenda.

19
Jun14

Gosto de vocês


canetadapoesia

 

Ah! Como eu gosto de vocês,

pequeninas e sorridentes,

teimosas por vezes mas,

sempre uma alegria.

Ver-vos saltar,

correr pelos passeios fora,

cair de vez em quando,

que esses pés,

ainda são de dimensõ diminutas,

e logo uma lágrima,

que seca de imediato,

com nova corrida,

uma flor ou um passarinho.

Que maravilha ser avô,

apreciar o crescer da vida,

nestas vidas ainda recentes,

que sonho realizado,

com todo o amor e carinho,

que deste peito se verte.

19
Jun14

Tanto mundo


canetadapoesia

 

Tanta gente, tantos livros,

tanto mundo.

Neles descobrimos o universo,

o nosso e o dos outros,

e são tantos os universos,

que gostaríamos de conhecer,

que queríamos descobrir.

Tanto mundo,

à nossa espera,

sem que o consigamos abraçar.

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