Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

30
Ago14

Na tua mala (2014-08-14)


canetadapoesia

 

Caminhavas pela calçada,

levantaste a cabeça, teus passos hesitaram,

por momentos breves, desorientaste-te.

 

Abriste a mala,

algo procuravas, e rebuscavas, sem lograr encontrar.

 

Eis que, um sorriso te assoma aos lábios, Ilumina-te a face,

uma sensação de alívio em ti se descortina.

 

Encontraste o objecto procurado.

E a mala, repleta deles, continha também os sonhos,

que palpavas de felicidade.

30
Ago14

Arruaças (2014-08-30)


canetadapoesia

 

No começo eram só intimidações,

arruaceiros e provocadores,

destabilizando a ordem civilizada,

aterrorizando os seus concidadãos,

destruindo vidas,

delapidando bens.

No passo seguinte passaram à agressão,

o terror subiu de tom,

mas ninguém se lhes atravessava,

ninguém lhes punha cobro.

Finalmente prenderam aleatoriamente,

mataram indiscriminadamente,

o seu povo temeroso e alheio,

já nada podia fazer para os travar,

seguiram para a guerra.

Combateram, mataram, destruíram,

e morreram em nome de uns loucos,

que se acoitam nas leis de alguém supremo,

que nem conhecem mas veneram e,

como maus seguidores,

distorcem a sua palavra a seu belo prazer.

30
Ago14

Houve um tempo de pecado (2014-08-30)


canetadapoesia

 

Houve um tempo em que não tivemos noites,

não podíamos,

éramos pecadores e nem nos confessávamos,

porque o segredo, o nosso segredo,

consistia no anonimato.

Mas houve tardes,

e tantas que se tornaram poucas,

para extrair todo o pecado que em nós morava.

E pecámos.

Sucessiva e consequentemente,

em tardes inteiras que acabavam ao anoitecer,

em dias que fazia chuva e frio,

em dias que o sol abundava,

mas no recanto do nosso pecado o frio era uma constante,

e só assim se compreende que nos abraçássemos,

tão arrebatadoramente nos agarrássemos,

e que o pecado consumássemos.

29
Ago14

Esse teu rosto (2014-08-29)


canetadapoesia

 

Esse teu rosto sem idade,

sulcado pelos agrestes ventos da vida,

lavrado em profundos canteiros de rosas,

pelo vento que o açoitou.

Esse teu rosto marcado,

pelos sonhos que nunca realizaste,

pela dureza que a vida te impôs,

no caminhar que o tempo já esqueceu.

Esse teu rosto ímpar,

no contar de estórias inenarráveis,

que os anos tornaram irreais  à luz que hoje brilha,

que são o testemunho vivo da história qu vivemos.

Esses teu rosto risonho,

que tudo viu passar,

que perdoou os males a que não pode fugir,

que sorri, apesar de tudo.

Esse teu rosto vivido,

que trás sulcado a traços profundos,

o mapa do mundo por onde andaste,

os caminhos que calcorreaste.

Esse teu rosto bondoso,

que assistiu a um mundo e acaba noutro,

que merece respeito e recebe despeito,

que tudo faria para saciar os insaciáveis.

Esse teu rosto que eu respeito,

e ainda que os ventos da modernidade,

imberbes e ignorantes,

propalem o contrário, agradeço,

pelo futuro que teu sacrifício me deu.

28
Ago14

Queria e não queria (2014-08-20)


canetadapoesia

 

Queria ir e ao mesmo tempo não o queria fazer,

queria sentir o sabor da maçã,

mas ao mesmo tempo,

temia a experiência da serpente.

Mas o desejo,

a sensação da aventura,

o escorraçar das contingências sociais,

desafiá-las mesmo,

e sobretudo o desconhecido,

que uma serpente pode proporcionar.

Queria ir e ao mesmo tempo não queria,

acabou por ir,

provar a maçã,

sentir a serpente enroscar-se em si,

desejar que este fosse o paraíso eterno.

28
Ago14

Frondosa sombra (2014-08-18)


canetadapoesia

 

Sentindo no rosto o calor,

de um astro rei em chamas,

procuro a frondosa sombra,

que me arrefeça os humores.

Debaixo desta sombra,

frondosa e verdejante árvore,

me acoito e relaxo,

dos insanos dias de cólera.

28
Ago14

Caminho de leite (2014-08-19)


canetadapoesia

 

Durante dias esperava ansioso

pela hora em que me deleitaria,

com este olhar guloso, sobre teu corpo.

Via-te de longe, mas mesmo assim,

com a distância a separar-nos,

não deixava de me sentir enamorado e,

do teu corpo curvilíneo,

arredondado por luminosas estrelas,

inocentemente me apaixonei e,

assim, diariamente desejei que o momento chegasse,

a tempo do desejo de ti.

Na negrura da noite, daqui de onde te olho,

ressalta o ensejo de te ter por perto e,

do brilho das cinco estrelas que se compõem,

nas tuas curvas de volúpia pura,

e brilham em estrela na tua forma de “w”,

ilumina-se a noite do prazer que me dás,

e da via láctea que se sobrepõe,

és mais uma luz no caminho,

que nos leva a Santiago.

27
Ago14

És mulher (2014-08-27)


canetadapoesia

 

És mulher,

e nesse teu calmo olhar sobre o mundo,

encontro a força que emanas,

de um coração cheio da vida que te cerca.

És mulher,

e no teu ventre nasce a esperança,

com que encaras o mundo que constróis dentro do peito.

És mulher,

e acarinhas, proteges e amas,

mas rasgas o mundo com o clamor de trovões e erupções vulcânicas.

És mulher,

e derramas a lava do desalento,

dos ódios que o mundo cria em teu enorme coração.

És mulher,

e pelas gotas salgadas que teus olhos derramam,

nascem as perfumadas pétalas que os homens consomem.

És mulher.

27
Ago14

Do prazer (2014-08-26)


canetadapoesia

 

Em antecipação do prazer,

corre o fecho eclair, descobre a abertura onde,

com deleite e talvez um pouco da luxúria,

que o corpo lhe solicita,

introduz os dedos, corre-os de um a outro lado,

sente a maciez dos finos folículos, que nos dedos se lhe enrolam.

Escancara a abertura e introduz o nariz,

o órgão em que mais sente  o afrodisíaco odor,

extasiado, aproxima o instrumento e introdu-lo na abertura,

com os dedos enche-o e calca-o com a ternura da experiência,

que os rápidos e ágeis dedos possuem,

leva-o à boca e mordisca-o por momentos,

acende o fósforo e aspira o fogo que no interior da fornalha,

acende uma chama lenta mas poderosa.

Numa suave baforada expele o fumo,

que o prazer de tanta excitação lhe causou.

Estava, finalmente, a fumar do seu melhor cachimbo,

que volúpia, que prazer,

um autêntico orgasmo entre fumos e chupões.

26
Ago14

É só um agradecimento (2014-08-26)


canetadapoesia

 

Simples, sem pompa que lhe valha,

mas com a circunstância que se exige,

no momento em que com emoção,

deixo cair uma lágrima de comoção.

 

Foram centenas, quiçá um milhar,

as imensas congratulações que recebi,

às quais, como calculam,

me foi impossível responder pessoalmente,

por tão vulgar momento,

o meu aniversário.

 

E por isto a que chamo emoção e me arrepia a pele,

agradeço, agradeço penhoradamente,

a todos os que se deram ao trabalho,

apesar das suas vidas,

de me darem os parabéns.

 

Mesmo os amigos que pessoalmente não conheço,

mas gostaria de conhecer,

estiveram presentes nesta hora em que,

rasgando os caminhos da vida aqui cheguei.

 

Passei já os sessenta e acrescentei mais quatro,

quantos serão mais não sei, mas sei,

com satisfação, que sejam os que forem,

serão sempre lembrados por momentos que,

nos acompanham e marcam para sempre.

 

E com uma lágrima ao canto do olho,

vos envio um grande abraço de agradecimento a todos,

mesmo todos, os presentes e ausentes,

nenhum será esquecido porque,

reais ou virtuais se abrigam nessa palavra misteriosa,

que se diz com carinho “AMIZADE”.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Caneta da Escrita

Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2019
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2018
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2017
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2016
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2015
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2014
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2013
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub