Soprava sem descanso

no seu deambular pelas dunas da praia,

arrastava consigo as areias

finas e violentas no embater nas carnes,

incomodava, tornava-se desagradável,

o que se previa fosse bom,

um excelente dia de praia,

estava a transformar-se num pesadelo,

consigo trazia um sabor a desilusão,

um rastro de tristeza,

um sinal de um dia perdido.

O castelo ia crescendo,

com o amontoar da areia

que laboriosamente revolvias.

Com ele desenhavas os teus sonhos,

que cresciam à medida que o moldavas,

e os príncipes e princesas da tua vida,

só mais tarde os sonharás.

Na estória, ao contrário,

com o desmoronar dos castelos da vida,

em sapos se transformarão,

os príncipes mal sonhados.