Dizes-me com a certeza dos conhecedores,
e repetes com ênfase que sim,
que estamos em pleno mês,
aquele em que o Outono se reconhece,
e eu olho-te sem te desmentir,
e do meu rosto solta-se um sorriso,
singelo, feliz, gratificante.
Desse sorriso desprendem-se alegres,
os vários trinados de pássaros distintos e,
entre eles, algumas flores,
que aromatizam e coloram de arco-íris,
esta minha primavera.
Por mais que me demonstres,
que o teu conhecimento é grande e,
que até sabes quantas são,
quando começam e terminam,
as tuas estações do ano,
garanto-te que não as sigo,
as minhas são diferentes.
Sinto que hoje,
no teu consagrado Outono,
nasceu mais uma primavera,
a minha primavera e,
nem perguntes como,
não saberia explicar-te,
a não ser afiançar-te que,
no ar que hoje respiro,
há aromas primaveris,
daqueles que trazem promessas de verão,
há chilreio de aves que acredito,
serem de um paraíso que é meu,
por isso te digo que,
a primavera é quando um homem a sentir,
é quando quiser que ela seja,
é quando a merecer por querê-la.
Esta é a minha primavera,
mesmo que seja em pleno Outono.