Quando sai do prelo, ainda com o característico cheiro
do papel, das colas e das tintas que o compõem,
é uma satisfação tê-lo nas mãos, acariciá-lo.
Abre-se, aproxima-se o nariz e absorve-se,
desta inebriante sensação,
o odor do papel acabado de formatar,
correm-se umas folhas e o olhar ávido
de letras e palavras, percorrem as linhas,
humedecidos pelas águas que deles se soltam,
porque a alma as empurra, raiadas de sentimentos,
e, por vezes, pingando sobre as folhas,
amarrotando-as antecipadamente à idade.
Assisti hoje ao nascimento de um livro,
de poesia, claro, de uma poetiza, jovem,
que para apreciar poesia não conta a idade,
mas conta a sensibilidade e aqui,
nesta sala, encontrei na autora,
tudo o que a poesia procura,
sentimentos e emoções prufundos.