Choro do corpo (2014)
canetadapoesia
Na distancia segura que os separava,
sentado no muro ensolarado,
apetecia-se naquele corpo,
arredondado e cheio de frenesim,
mirava, remirava e voltava a olhar.
Não despregava os olhos,
daquela cintura fina,
cujo cinto mais estreitava,
e as gotas que da testa lhe deslizavam,
não eram mais que ansiedade,
desejo de aproximação,
choro de um corpo em ebulição.