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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

24
Fev15

O livro (2011)


canetadapoesia

 

Era um simples arbusto,

cresceu e fez-se árvore,

alargou, engrossou,

foi cortado, retalhado,

e em pasta se transformou.

Hoje, nele viajo pelo mundo,

e mil estórias me deliciam.

Sento-me confortavelmente,

à lareira, à sombra,

na praia, deitado até,

e na mão,

um sonho feito papel,

uma lua cheia de emoções,

um livro com alma de mundo.

22
Fev15

Sol e estrelas (2010)


canetadapoesia

 

Olhei o sol de frente,

encandeei-me, deixei de ver,

por momentos só umas estrelas,

só elas me surgiam à vista,

nada mais distinguia.

Apesar da força brutal,

dos raios deste sol,

ainda havia estrelas em meus olhos.

22
Fev15

Que te pára homem (2010)


canetadapoesia

 

Homem que te fizeste ao mar,

e trouxestes contigo,

de longínquas paragens,

o ouro e as especiarias.

Que engrandeceste o teu país,

pela força da tua aventureira natureza,

e carregaste nos braços o mundo,

que nos oferecestes como novo.

Que te pára agora homem?

Que te impede de, novamente,

engrandeceres este teu país?

Porque não te fazes ao mar?

22
Fev15

A estrada (2010)


canetadapoesia

 

Ao longo da estrada

os marcos sucedem-se,

tanta estrada,

tantos marcos,

tanto caminho percorrido.

Quanto ainda por caminhar?

22
Fev15

Carnaval (2010)


canetadapoesia

De máscara em máscara,

vamos mudando,

retirando uma,

colocando outra,

nenhuma, porém, representa a verdadeira.

A que usamos no dia-a-dia,

a que colocamos de cada vez que,

enfrentando a vida,

encaramos a realidade que nos é imposta.

Carnaval !

Pode ser divertido uma vez ao ano,

mas carnaval são 365 dias por ano,

um dia por cada máscara que envergamos,

e nem merece comemoração.

21
Fev15

Tão só (2015-02-21)


canetadapoesia

 

É que às vezes, demasiadas acho eu,

sinto-me mesmo só, ainda que no meio da multidão,

mesmo com o ruído insano e elevado,

que me envolve e eu ignoro estoicamente,

por necessidade do isolamento que a mente,

castigadora e severa me impõe.

Nessas alturas, tantas que são,

ouço a alma que me segreda,

coisas de espantar e conselhos,

que tantos são que não consigo segui-los,

mas a alma, essa gestora de mim,

dos meus momentos, dos meus silêncios,

obriga-me à castidade mental,

e eu sinto-me, muitas vezes,

tão só, neste mundo repleto de gente.

21
Fev15

360º (2011)


canetadapoesia

 

Pelo corpo correu um calafrio,

sentiu que todos os músculos,

os tendões mais escondidos,

se tinham retesado ao contacto,

com o frio da água da lagoa,

o coração disparou em aceleração.

Ao surgir de cabeça no espelho de água,

rodou-a 360º,

volteou-a de novo,

os olhos piscaram e brilharam,

de tanta beleza natural à sua volta.

20
Fev15

Gioconda (2011)


canetadapoesia

 

De sorriso pacato e postura serena,

serias quase uma Gioconda,

e naquela mesa de longa toalha de pano,

ninguém diria que eras o vulcão que apreciei.

Quase em pânico tentava, em vão,

esquivar-me às investidas que fazias,

debaixo daquela mesa ia uma revolução,

e entre as pernas da mesa e as outras,

perdido na antecâmara,

dessa efémera e avassaladora paixão,

ali me ficava em tuas sibilinas mãos,

e depois,

depois vinha então a refeição.

20
Fev15

Calções (2011)


canetadapoesia

 

Dos teus curtos calções brancos,

sobressaem as formas do desejo.

Corpo curvilíneo, pernas esbeltas,

e meio palmo de cara,

coberta de escancarado sorriso.

A mulher feita que já és,

estampada no andar,

de umas excitantes primaveras passadas.

20
Fev15

O desencanto (2011)


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Para dizer a verdade, acho que já vem de longe,

este desencanto que nos leva a afastarmo-nos.

Porque já são muitos anos e nada de diferente demonstraram,

porque ajudaram a criar e perpetuar,

o mesmo pesadelo de outros,

seguiam e sucediam-se, mantinham-se agarrados.

Onde deviam criar valores,

criaram dinastias que se iam agarrando ao poder,

de pais para filhos, primos, enteados e outros mais,

nunca de cidadãos para o País.

Instalou-se o desencanto, agravou-se a desconfiança,

confirmou-se o compadrio e de uma séria e viável iniciativa,

nasceu uma aberração em que não se pode confiar.

Afastaram-se dos princípios éticos e programáticos e,

a palavra deixou de ter valor.

Quando aos vendilhões do templo sucedem,

a traição e a desconfiança no que dizem e prometem,

advém o desencanto com tão fraca gente,

e portanto, retiro-lhes o meu voto,

por desencanto.

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