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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

19
Mai15

Princesas (2015-05-19)


canetadapoesia



De princesas estamos conversados,

não sou de sangue azul,

nem conde, nem barão, muito menos marquês,

que essas coisas não existem numa república,

mas tenho as minhas princesas,

lindas e cheias de esperança no futuro,

não vou pois perorar mais sobre o assunto,

a não ser garantir que a elas,

lhes seja dado esse futuro.

E se for o caso,

cá estarei para não as desapontar,

porque por elas, para elas,

tudo valerá a pena,

ainda que tenha de verter o sangue que não é azul,

mas vermelho, cor da raiva que me assalta,

sempre que deparo com as nuvens,

que possam toldar-lhes o crescimento.

19
Mai15

Que escrevo… (2015-02-13)


canetadapoesia



És muito rápido, não páras,

e escreves tanto que dás tonturas.

Eu escrevo, se tenho uns minutos,

lá vou escrevendo,

porque as palavras moram em mim,

estão dentro do meu peito,

saem-me pelo coração,

para onde a alma as empurra.

São palavras soltas, desfocadas algumas,

um conjunto de letras a que se quer dar significado.

Eu escrevo, porque tenho pressa

que estas letras que se juntam,

pela alma dentro desenfreadas,

se percam na imaginação da não escrita,

sem rapidez e, por isso mesmo tenho pressa,

de as escrever e imprimir, em caracteres de futuro,

escrevo com a velocidade com que o tempo me presenteia.

18
Mai15

Cheirosas (2015-05-15)


canetadapoesia



Chegavam e amontoavam-se,

pelo extenso balcão,

corriam chávenas de café e em cada entrada,

despachadas e cheirosas,

um olhar, atrevidos alguns,

outros, censuráveis,

mas todos fazendo a inspecção,

de aparências, de vestuários e

até mesmo de posturas e companhias.

Não perdoavam o mais pequeno deslize,

entre elas, os olhos fusilavam,

nenhuma se atrevia a repetir

o que outra vestia ou calçava.

Nada de extraordinário, portanto.

Simplesmente um novo dia,

mais um dia de trabalho,

e o café é sempre introdutório.

18
Mai15

Tríptico “Poema-me” (2015-05-16)


canetadapoesia



Poema-me

 

Estava mesmo a pedir,

olhava para mim,

quase implorava,

envia-me, Poema-me.

Hesitei, durante algum tempo,

deitei-me sobre o assunto,

matutei” e, no fim de tudo,

acabei por decidir,

enviei-o para publicação,

juntei-o a tantos outros

que tão ansiosos como o meu,

se aglutinavam em várias,

virgens e brancas páginas,

e finalmente deram-se à estampa,

foram poemizados e no meio deles

ainda ouvi murmurar,

finalmente, “Poemizaste-me”.



 

Excitação

 

Fazia sentir-se na sala uma excitação desusada,

porque iam ver nascer,

nas alvas páginas de um livro,

com tantos outros por companhia,

os poemas que criaram.

Poemas que se escondiam

em peitos repletos de palavras,

que ansiavam soltar-se libertando-se das grilhetas,

de gavetas fechadas e armários esconsos,

de onde não vislumbravam a claridade da exposição.

Assim excitados, em suas mãos

seguravam os livros,

onde, a páginas tantas e,

alfabeticamente organizados,

estava o tesouro do seu coração,

um poema editado,

nesta coletânea de poetas.



 

Poema aqui, Poema ali...

 

Como o espalhar do milho,

para alimentar as galinhas,

assim se espalha a poesia.

Poema aqui, Poema ali,

e vão crescendo,

vendo a luz do dia.

Espalha-se pelos olhares

de quem da vida faz poesia,

ou talvez queira, simplesmente,

encontrar poesia na vida.

Poema aqui, Poema ali,

vamos deixando escritos,

em páginas que já foram árvores,

que já foram brancas de letras,

alguns fiapos espaçados,

de tudo o que nos vai na alma.



15
Mai15

O pardal (2012)


canetadapoesia



De entre tantos que por ali esvoaçavam,

aquele era especial,

era um pardal solitário,

não andava com o bando,

sabe-se lá porquê,

preferia o voo solitário,

sempre mais silencioso.



Mas também era especial,

porque me escolheu a mim,

era o alvo da sua pesquisa,

quem sabe como mecenas da sua refeição.

Era um pardal especial,

teve uma refeição a condizer.

14
Mai15

Um abraço apertado (2015)


canetadapoesia



Lá estarei, não me esqueço,

hoje é dia de vos ir buscar,

hoje é dia de me ajoelhar,

sabem?

Não me ajoelho para toda a gente,

raramente o faço,

mas hoje,

hoje até me arrasto se for preciso e se daí,

conseguir o que sempre espero,

um abraço, apertadinho,

bem junto ao coração como só vocês me sabem dar.

Hoje é o dia do abraço,

pelo menos para mim,

e depois,

bem, depois é o que for acontecendo,

mas sempre com amor, carinho e muita paixão.

14
Mai15

Fiapos de felicidade (2015-05-14)


canetadapoesia



Um momento de calma,

uma tarde amena de verão,

uma cadeira estirada,

e um bom livro na mão.

Um momento fugaz,

uma tarde de silêncio,

um livro de excelência,

nos intervalos,

o pensamento disperso no ar,

dentro deles todos os que são queridos,

uma vida diversa repleta,

de fiapos de felicidade.

14
Mai15

Por norma e em regra (2015-05-13)


canetadapoesia



Quase sempre é assim,

e sempre que se retraem,

quando se recusam a questionar,

a tirar qualquer dúvida,

a esclarecer um assunto necessário,

recolhem-se humildemente ao silêncio.

Quando, por fim, podem expor,

tudo o que lhes vai na alma,

no anonimato de uma folha apócrifa,

despejam o fel e o vinagre,

sobre quem os quis sempre apoiar.

A natureza humana no seu melhor,

no escuro profundo dos seus silêncios,

na coragem e bravura do anonimato.

13
Mai15

Esplanada (2012)


canetadapoesia

 

Na mesa um café,
a acompanhá-lo a bolsa do tabaco,
e um imprescindível cachimbo se lhes junta.
Momentos de relaxe,
ali mesmo, no Chiado,
no largo onde a estátua do cauteleiro,
me traz à memória lembranças antanhas.
Momentos fugazes,
vidas consumidas,
o mundo passando diante dos olhos.
Lisboa em dia de sol,
turistas em profusão,
e eu, vendo passar a vida,
nesta cidade apressada,
mas com tempo, com espaço,
para ser amada e apreciada.

Luis Filipe Carvalho

12
Mai15

Numa caixa de sapatos (2014)


canetadapoesia



Faz anos, muitos,

e tu pequenina a conhecer o mundo,

da pior maneira possível em tão tenra idade.

Era noite, quente como só nos trópicos,

meti-te no avião e esperei que partisse,

dormi melhor nessa noite,

sabia que para onde fosses,

para onde esse avião te levasse,

estarias em segurança apesar de tudo,

a segurança que a tua terra não te dava.

Amei-te desde o primeiro dia em que te não pude ver nascida.

E quase numa caixa de sapatos,

foste embalada pelas asas do vento que o avião sulcou,

deixou-te em Lisboa,

onde cresceste e te fizeste mulher,

terra que passaste a amar como ninguém,

mesmo não tendo sido justa contigo.

Faz anos, muitos anos e jamais me esquecerei.

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