Em movimento (2014-10-27)
canetadapoesia
Em frente, virar à esquerda,
virar à direita, sem parar,
sempre a rodar e,
sem a mínima compaixão,
sempre a impedir,
que o previdente peão,
pusesse o pezinho na passadeira.
Até que o mais afoito,
atrevendo-se à aventura,
avança o pé, dá um passo em frente,
e foi o caos,
um chiar de pneus,
uns riscos de borracha,
quente e derretida sulca agora,
o branco traçado da passadeira.
O peão? Nem olhou.
Atravessou e seguiu o seu caminho,
por onde não deviam andar automóveis.