Pirilampos da noite (2015-07-16)
canetadapoesia
É a escuridão que nos envolve,
é o manto de silêncio que nos cobre,
e do alto deste breu em que só o pirilampo faz luz,
de tempos a tempos,
e se desvanece ante nossos olhos,
brilhas como nunca te vi antes.
Sobre mim, o brilho estonteante de Vega,
a 90º tenho Virgem, a minha constelação,
regente do signo que me define.
Entre ambos, aparece Escorpião,
com a sua característica figura,
um pouquinho mais abaixo, Antares,
a estrela que brilha impávida e clara,
como se da noite fizesse um dia,
e em sol, se transformasse.
Levanto a cabeça, çogo atrás,
a enorme Ursa Maior, Marte, Neptuno,
a seguir a Ursa Menor e a noite,
mágica e silenciosa, se transforma,
em iluminações que só o campo permite,
e no cimo da montanha,
desta Galícia que de Portugal nada lhe falta,
depois de ver o sol deitar-se,
em clarões de vermelho alaranjado,
perco-me na Cassiopeia,
quase oposta a um Capricórnio,
que ainda não existe em iluminação.
Noites de silêncio e luminosidade,
que do mundo retiramos encantados,
do cimo desta montanha galega.