Espera, não desças, vou aí para te ajudar,
e espero que as perninhas ainda inseguras,
subam a escada traiçoeira e escorregadia,
mas chegam ao cimo,
seguram na sua mãozinha pequenina,
as manápulas gigantes de quem precisa de ajuda,
para descer tão íngremes escadas.
Lá vamos, de mão na mão ouvindo amiúde,
os conselhos de quem conhece escadas,
devagar avô, vê lá onde pões os pés, podes cair,
as escadas são perigosas, escorregam muito.
E eu, seguro pelas mãos da inocência,
vou descendo em segurança,
ainda que faça umas simulações pelo caminho,
que alteram aquele coraçãozinho de amor e carinho,
que no descer dos degraus me acompanha.
E se o coração que detenho no peito,
é maior e mais empedernido,
não deixa de se emocionar com tão desvelado cuidado,
de quem ainda mal sabe andar.