Brumas do tempo (2016-02-29)
canetadapoesia
Porque assim me demorei na contemplação da vida
foi ela passando de raspão,
mansa e fugidia,
sem que minhas mãos a pudessem agarrar.
Desta distancia a que agora a olho,
sabendo que a deixei fugir-me da mão,
ainda assim o não lamento,
porque a vida me brindou, apesar de tudo,
com o mais belo dos presentes
que eu adoro e reclamo como a maior vitória
de um alheamento que o não foi.
Apenas queria ver a vida,
só queria compreendê-la, senti-la,
nos mais recônditos momentos,
nas alegrias e tristezas,
somente a vida,
em todo o esplendor que podia conceder-me.