Retrocesso (2016-05-01)
canetadapoesia
Quando olhamos e pensamos
que atingimos um nível civilizacional
que nos retira das cavernas da ignorância,
para nos sentirmos em comunidade seguros e solidários,
pelas leis, pelas regras e códigos de ética,
vem o ciclo de vida, que não pára,
que recomeça a cada fim de ciclo,
que esquece e faz esquecer,
arrebata até o bom senso
sobre tudo o que foi conquistado.
Arremete-se contra a ordem,
cria-se a desordem,
espalha-se a discórdia,
diminuem-se as características
que de nós fazem um povo,
uma Nação com gente dentro,
cujos princípios são universais
e a todos aplicados por igual.
Porque o ciclo deu a volta
e a memória foi substituída,
por um simples cartão de memória,
que nos dá acesso
a uma qualquer plataforma digital.
Satisfeitos ficamos já
com o menear do dedo
sobre um distinto ecrã,
enquanto à nossa volta se fecha
mais um ciclo que se repete
e renova no retrocesso do esquecimento.