De madrugada (2016-06-10)
canetadapoesia
Escureceu a noite, como breu,
a luminosidade das estrelas desapareceu
e no céu, uma massa cinzenta baça e opaca
toma o lugar do que era a visão estonteante
da formosa via láctea,
caminho que nos leva a Santiago.
Lentamente, consistentemente,
se desenvolve uma miríade de gotículas,
quase invisíveis, praticamente intocáveis.
Cai um orvalho persistente que noutras terras,
bem longe daqui, chamaríamos “cacimbo”, já sem saudades,
enche a pele de da humidade que,
com o calor do dia ainda presente,
cria um torpor de frescura que agrada ao corpo.
Cobre a terra e sacia as plantas,
enriquece-as da essência da vida e a nós,
humanos que somos,
engrandece-nos pelo amor à natureza.