Que a vida se compõe de ciclos
que se reinventam e ocultam
entre as enormes voltas que dão
na história que nos devia estar presente,
ninguém tem dúvidas.
Se as houvesse não se repetiam tantos e enormes erros e,
os homens seriam mais felizes,
sem mágoas ou resíduos de ódios passados
que se reflectem nos dias presentes e acabrunhados.
A geração muda e muda o ciclo,
as gerações não sabem e nem querem saber
que para iniciar o seu ciclo outros ciclos se fecham,
muitas lutas travadas para que o mundo,
que ora se lhes oferece em novo ciclo,
seja melhor que o anterior e a vida lhes sorria
com os olhos do sofrimento do ciclo que a antecedeu.
Comete o erro da ignorância que acumula como sapiência,
resultando um novo ciclo a caminho das trevas que
corta cerce o futuro dos que em novo ciclo se seguirão,
em mais lutas e esforços redobrados
para que a dignidade lhes seja reconhecida como gente,
como seres humanos com direitos e deveres.
A história é uma grande lição,
parece que ninguém a quer ler e que todos acham
que descobriram a verdade e a vida que ora têm
sem a necessidade de saber qual o caminho percorrido.
Ciclos de amor e de terror que se repetem,
que se seguem inexoravelmente,
um após o outro, sem fim, sem memória,
porque ninguém lê a história e todos se acham donos
de uma verdade composta por tantas outras que,
só a história permite contemplar.
Porque o poema não tem de ser escrito,
a poesia encontra-se em qualquer lugar.
Quando se adoçam os olhares
sobre o corpo de uma mulher,
nasce a poética do momento,
único, emocional e excitante.
Imagina-se um corpo,
que não são só ossos,
mas pele e carne que baste,
aveludada e sensível ao prazer
que das mãos de um homem
lhe percorrem as sensações da alma.
No correr da visitação,
encontrando em cada poro
a sofreguidão da descoberta e o arrepio do prazer,
que só um corpo de mulher,
na plenitude dos sentidos transmite,
a pura poesia do amor.
Não, não me digas nada disso,
porque essas são palavras eroticamente relevantes,
e se mas dizes,
não fazes ideia do efeito que em mim produzem,
porque afinal sou humano e sou homem
e quando te ouço dizer-me ao ouvido,
que estás gordinha que devias estar mais magra,
a excitação que me causas é tremenda.
Não, não me digas essas coisas que me deixas fora de mim,
porque só me crias a ansiedade que este corpo,
quase inerte e esquecido,
tem de sentir o teu corpo roliço e cheio,
não gordinho, mas com o tamanho suficiente,
para que estas mãos ávidas de o percorrer
se percam em toda a sua extensão.
Correm de cima abaixo e vasculham cada centímetro,
no fim, satisfeitas e cobertas do prazer de te encontrar,
repousarão no teu farto regaço,
dessedentadas de amor e paixão,
com um corpo onde vale a pena ser homem.
Não, não me digas nada que não sejam palavras de amor.
Carrego comigo esses vossos sorrisos,
que me encantam, emocionam
e que ora se abrem a um mundo
que não sei como os acolherá,
no entanto são os sorrisos da esperança.
Este mundo em que nos deslocamos,
necessita deles com urgência,
dos vossos e de outros
que possuam a magnificência de o engrandecer,
porque o mundo anda triste e necessitado de futuro
e nos vossos sorrisos está a esperança da alegria.
Quero-vos agora como no futuro,
se lá chegar e a oportunidade existir
de vos continuar a amar,
mesmo a adorar com alma cheia,
porque vocês são o futuro
e trazem no rosto inocente,
todos os sorrisos do mundo.
Várias cores,
diferentes tonalidades,
todos abertos,
formando no chão,
sombras hexagonais.
Os chapéus de sol,
que protegem
e dão colorido à paisagem.
Juntam-se os cultos,
os divulgadores da cultura,
cresce a cultura.
Nos que a buscam,
cresce a ansiedade da escuta,
e em cada aprendizagem,
um novo degrau é alcançado,
uma nova visão da vida,
uma alma mais aberta.
Que se contabilizam, é verdade,
desde um determinado início,
um ponto a partir do qual
passei a ser considerado humano,
gente que respira, chora e ri,
gente que sofre e se alegra
mesmo com as mais ínfimas demonstrações
do belo que a vida oferece.
Contabilizam-se sim,
já lá vão 66 sempre a somar.
Capicua, 66, que se lê da frente para trás
ou ao contrário de trás para a frente,
dois números iguais,
que se repetem e até se seguem neste caso,
uma clara demonstração de que o tempo,
esse ser misterioso que tudo acerta e corrige,
confrontando a arrogância da fingida sabedoria,
com a humildade do nada saber,
apesar da sapiência acumulada,
terá fatalmente a última palavra.
Capicua de vontades e desejos,
somatório de tristezas e alegrias,
dicionário de uma vida cheia,
de bons e maus momentos, de gente boa e má,
prevalecendo a primeira para nos alegrar a alma.
Assim, só resta comemorar a capicua,
com um brinde espumoso ou espumante,
uma celebração da vida.
Tchim, tchim…
Nem noite nem dia,
assim a modos que um entremeio.
Subindo a serra devagar,
sem pressas,
mas de olhar atento,
começavam a despontar,
num enorme e limpo céu,
miríades de estrelas brilhantes,
cujo cintilar aumentava com a chegada da noite.
Um espectáculo digno de deuses,
a que este ínfimo mortal,
quiçá por sua explícita vontade,
teve o privilégio de aceder.
Afinal que se passou?
Porque repete o exame?
Porque se submete de novo a esta adrenalina?
Não correu bem da primeira vez?
Quase corria bem.
Se não fosse a negativa até teria passado,
é que estive mesmo lá perto,
era só mais um bocadinho.
Tive oito valores no exame.
Os momentos são assim,
diversos.
Momentos de felicidade,
momentos de tristeza,
Diversos.
Tão diferentes, tão intensos,
como o palpitar de um coração.
Diversos.
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