06
Dez16
Enevoada (2013)
canetadapoesia
Há muito que não te via e hoje,
hoje apareceste, enevoada,
envolta num manto difuso,
uma auréola impenetrável,
que reflectia um esbranquiçado,
baço e sem o brilho a que me habituaste,
não vinhas vestida com o costumeiro manto,
de ouro branco e resplandecente,
não vinhas engalanada com as inúmeras escravas,
que em noites excelentes te acompanham,
não no brilho, que o teu é ímpar,
mas na escuridão da noite a que dão vida,
embelezam o teu próprio brilho,
na miríade estrelar com que te cortejam.