Queima de livros (2013)
canetadapoesia
Assistia impávido e sereno ao decorrer do celulóide,
até ao momento que se tornou crucial,
um aperto no coração, uma sensação de mal estar,
estava de repente agoniado,
sentia-me num estado de angústia que,
sentia o coração palpitar e saltava dentro do peito.
Uma pilha de livros amontoada no centro de uma praça,
apareceu no ecrã e só o facto de ali se encontrar,
me criou um sobressalto, um aperto na garganta,
e vi chegar-lhe a tocha que os incendiou,
daquele monte de livros surgiu a chama que os consumiu.
Não deixei de me questionar, silenciosamente,
como foi possível que isto acontecesse?
Quem poderia aceitar uma acção destas como normal?
Queimar livros? Ceifar rente a ciência, a literatura, o teatro?
Uma página negra na história que infelizmente,
se vem multiplicando nos dias de hoje,
ontem os livros, hoje os quadros, amanhã a música,
o sintoma da boçalidade elevada a governo de países.