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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

05
Abr17

Pássaro estranho (2013)


canetadapoesia

 

 

É enorme e tem um voo pesado,

vi-lhe a sombra sobre a terra,

escurecendo espaço,

onde já tinha marcado a aterragem.

E eu imóvel.

Em cima do muro pousou e,

Num tiquetaque vibratório,

Rápido e infinito, perscruta à volta.

E eu imóvel.

Saltita pelo cimo do muro,

esvoaça para o maracujá,

sabe escolher o passarão.

E eu imóvel.

Debica, perfura, extrai,

em menos tempo do que leva a contar,

comeu, bebeu e alçou voo perdendo-se no céu,

deixei de o ver e apesar disso, com receio de o assustar,

contínuo imóvel.

05
Abr17

Humanidade (2013)


canetadapoesia

 

 

Para onde vais humanidade?

Se abandonas a pureza das pequenas vilas,

das aldeias ancestrais,

para nos desertos citadinos,

ocos e vazios te concentrares,

na expectativa de quimeras douradas,

que jamais se realizarão.

04
Abr17

Cavalos de corrida (2013)


canetadapoesia

 

 

Numa arena repleta de Romanos e Gauleses,

se digladiavam duas parelhas de cavalos puro sangue,

animais de raça apurada,

criados e treinados para correr,

para atingir a meta sempre à frente do adversário.

Pois a corrida começou,

se os Romanos gritavam pelos seus puros-sangues,

já os Gauleses puxavam pelos seus.

Dos cavaleiros vinham instruções e estratégias diferentes.

Enquanto um soltava as rédeas e os deixava livres para correr,

o outro refreava-os e impedia-os de correr.

Enquanto um soltava as rédeas e deixava as parelhas livres,

para cumprirem as suas metas,

outro retesava as rédeas impedindo-lhes a liberdade de correr,

o resultado é que venceram os que,

de rédea livre procuraram a meta.

02
Abr17

Betão (2013)


canetadapoesia

 

 

Cercado de betão incolor,

muros, prédios e toda a espécie de entraves,

não vejo mais que uma nesga,

quando ao céu levo meus olhos.

No exíguo espaço aquintalado,

descubro o brilho intenso,

da amizade sem barreiras.

02
Abr17

Apostador de futuros (2013)


canetadapoesia

 

 

À minha volta fui encontrando,

em cada novo dia,

em cada nova proposta,

uma trocista e malévola curiosidade,

uma silenciosa oposição.

Que era eu?

Que, relativamente bem pago,

não me cansava de rabiscar e propor,

sim, propor,

coisas novas,

mudanças nas mais antigas,

inovações, como soe dizer-se.

Pois não sou nada mais que um inocente visionário,

não serei nunca,

ainda que soçobrando pelo caminho,

nada mais que um apostador de futuros.

01
Abr17

Tu que sonhaste (2013)


canetadapoesia

 

 

Tu que sonhaste com um novo país,

que dos sonhos desenhaste futuros,

que perseguiste uma vida mais amena e

ainda acreditas que um dia,

não muito distante,

se cumprirá Abril.

01
Abr17

Era Abril e sonhava-se  (2013)


canetadapoesia

 

 

Era Abril e os cravos vermelhos,

era primavera e não só na natureza,

era esperança que depressa esmoreceu,

era a liberdade que acabamos por perder,

era o sonho que foi morrendo ao longo da caminhada.

Porque hoje a prisão é o dinheiro,

porque hoje o sonho é um pesadelo,

porque hoje também é primavera na natureza,

porque hoje estão murchos os cravos da nossa primavera.

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