Amolecido (2017-08-28)
canetadapoesia
No sabor do escaldante dia
se sentia o abafo de um impiedoso sol.
Não havia sombra,
nada havia que refrescasse o corpo,
nem na passagem de outros apelativos corpos,
este nosso, se dignava mostrar-se vivo e
acutilante perante curvilíneas figuras.
Amolecido de calor,
Assim se encontrava.
Decorria a tarde de mais um dia da vida,
o corpo correspondia na sua lassidão,
não se mexia e nada o faria deslocar-se
da sua posição de espera e observação.
Via coisas, via gentes, via mundos,
mesmo assim, inerte!
Que este calor o adormece
para as coisas da vida que,
indiferentes, ao mesmo sinal o disputam.