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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

25
Nov17

Silêncio de ouro (2010)


canetadapoesia

 

 

Fiquei em silêncio,

olhando sem ver,

ouvindo sem ouvir,

falando sem falar,

só o silêncio respondia.

Pode não ser de ouro,

como dizem,

mas era o meu silêncio,

e para mim era mais que ouro,

nele tudo se expressava.

Era o meu silêncio.

24
Nov17

Madrugada (2014-12-06)


canetadapoesia

 

 

Atravesso a madrugada,

em silenciosas pontas de pés,

o ruído ausente na noite

exacerba-me os sentidos,

e um ouvido quase nulo no dia,

transforma-se numa máquina de captação de sons.

O cão sobe as escadas, dá três voltas e,

encolhe-se no catre estrategicamente colocado,

na noite, agora,

só o barulho ensurdecedor do virar das páginas

de um livro denso e que já vai longo,

da parede oposta saem sons nocturnos,

de uma esgazeada noite não terminada ainda,

rangem as camas, gemem as pessoas,

não me afectam, oiço e sorrio, a noite dos sonhos.

E de repente o silêncio absoluto cai no mais profundo dos oceanos,

nesta noite escura, quente ainda,

que para mim começa agora.

23
Nov17

Pedras da calçada (2015-05-02)


canetadapoesia

 

 

As pedras calcadas,

gastas até à exaustão,

reflectindo a cultura,

demonstrando a exactidão

de quem laboriosamente as coloca,

criando desenhos,

pintando sonhos,

alindando Lisboa.

22
Nov17

Tantos anos passados… (2017-11-20)


canetadapoesia

 

 

Se passaram! Anos sobre anos!

Foram tantos que os podemos contabilizar,

em mais de quarenta.

De tanta promessa feita, de tanta demagogia distribuída,

nada se viu até agora que nos permita afirmar que,

o paraíso na terra das promessas não foi alcançado uma só vez!

Em troca do mel e especiarias prometido,

foi entregue em caixas herméticas,

o chumbo da morte, a perseguição e o saque generalizado

que em má hora lhes foi permitido.

De tantos anos de uma guerra que,

apesar disso, desenvolvia e criava,

se substituiu por outra, mais mortífera e destruidora,

ujo prolongamento se perdeu no tempo

pelo triplicar dos anos que durou!

Das promessas…

Restou a miséria com que milhões de seres sobrevivem,

Para bem da meia dúzia que os encheu de promessas

de futuros risonhos, cheios do pote do mel a que nunca chegaram.

São as abelhas humanas que ao contrário das reais,

não produzem o mel, mas sugam as flores,

distribuindo a morte e a miséria para seu próprio proveito!

20
Nov17

Por norma e em regra (2015-05-13)


canetadapoesia

 

 

Quase sempre é assim,

e sempre que se retraem,

quando se recusam a questionar,

a tirar qualquer dúvida,

a esclarecer um assunto necessário,

recolhem-se humildemente ao silêncio.

Quando, por fim, podem expor,

tudo o que lhes vai na alma,

no anonimato de uma folha apócrifa,

despejam o fel e o vinagre,

sobre quem os quis sempre apoiar.

A natureza humana no seu melhor,

no escuro profundo dos seus silêncios,

na coragem e bravura do anonimato.

19
Nov17

As pombas e Lisboa (2014-10-21)


canetadapoesia

 

 

Soltas e espalhadas

pelos calores que do sol

as agarram ao verde da relva,

as pombas de Lisboa,

espraiam-se pelos jardins

desta cidade que,

até podia ser maravilhosa.

Nas suas cores outonais,

com vislumbres do calor

de um verão mal terminado,

Lisboa dos amores

e dos eternos calores,

sempre maravilhosa,

apesar de poder não o ser.

18
Nov17

Ao cair da tarde (2014-11-16)


canetadapoesia

 

 

Ao cair da tarde,

depois de lauto almoço,

africano no gosto e na poesia

dos encontros esquecidos,

de um tempo inesquecível,

solta-se o som de uma música

que não é indiferente,

crescemos com ela, vibrámos com ela,

e com ela nos reencontramos

ao cair da tarde de Lisboa,

como se fosse diferente do cair de tarde do Prenda,

ou de qualquer outro dos bairros da meninice,

em que o som dos batuques

anunciavam a noite quente de África.

Ao cair da tarde,

o som da saudade, a poesia de uma vida,

rica em diferenças poéticas.

17
Nov17

Abstracção (2015-05-01)


canetadapoesia

 

 

Na abstracção total,

entrecortado o silêncio

pelo longínquo ruído das vozes

que na tarde não se apagavam.

Fez-se luz.

Olhou à volta e viu o mundo

das diferentes gentes que por ali deambulavam.

Um mundo de diferenças,

um mundo de semelhanças,

um mundo por acertar.

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