A lâmina (2018-03-05) (Porque é dia da poesia e esta tem uma dupla homenagem)
canetadapoesia
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Ah! Se eu algum dia conseguisse ser,
Se um dia tivesse o supremo conhecimento,
Que me permitisse expressar por palavras,
O que me vai nesta alma aprisionada.
Ah! Se eu algum dia conseguir neste juntar de letras,
Transmitir tudo o que os sentidos me exigem,
Se conseguir que estes sentimentos se soltem,
Que estas palavras façam sentido,
Que este ser se transforme em poeta.
Ah! Então sim serei poeta.
Mas serei poeta inteiro só se o conseguir.
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Faltaste-me e criaste uma sensação de vazio,
que tem acompanhado toda a minha vida.
Faltaste-me ainda muito novo,
tu e eu, ambos ainda na pujança da vida,
tu labutando, eu aprendendo o mundo.
Faltaste-me no apoio e carinho
que nunca foi esquecido.
Faltaste-me,
quando mais falta me fazias,
Faltaste-me e não foi culpa tua.
Faltaste-me porque a vida assim o quis.
Faltaste-me mas não te esqueci, nem jamais o farei,
mesmo nas noites solitárias,
em que tenho por única companhia,
as lágrimas que se soltam pela saudade da tua ausência.
Faltaste-me, no entanto estás,
Sempre estarás presente,
meu querido e amado pai.
Faltaste-me, mas nunca me faltarás.
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A mesma imagem,
a mesma paisagem,
nada se altera,
nem a vida,
apesar de altos e baixos,
a mesma imagem
de uma alma formatada,
para que nada mais altere
aquela imagem que a marcou,
que não quer que se apague,
que não aceita que a alterem.
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Procurei em vão por horas infindas,
noites sem conta e madrugadas cada vez mais frias.
Abandonadas do calor de corpos
que se proporcionam noites e dias de aconchego,
entre os lençóis de uma cama vazia.
Um só corpo não é suficiente
para se enrolar, aconchegar e encovar nos calores do outro,
fica só, fica para ali encaracolado
a enfrentar tanta madrugada fria,
tanta noite sem sentir que está vivo e vibra,
orgasmando-se em sonhos irreais para o calor que busca.
Procurei em vão
por madrugadas incontáveis,
só encontrei a solidão que não me abandona.
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Segui-te de longe,
Receei aproximar-me,
Apreciei os modos e o andar,
A elegância do porte.
Apreciavas as montras
E num acaso qualquer,
Um sentido mais apurado talvez,
Paraste.
O teu olhar vagueou da montra
Para a minha direcção.
E sorriste.
Uma coisa linda,
Um sorriso de mulher.
Logo na minha direcção.
Desfiz-me num esgar mal conseguido
Que tentei fosse também um sorriso.
Derreti-me.
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