Tão só (2015-02-21)
canetadapoesia
É que às vezes, demasiadas acho eu,
sinto-me mesmo só, ainda que no meio da multidão,
mesmo com o ruído insano e elevado
que me envolve e eu ignoro estoicamente
por necessidade do isolamento que a mente,
castigadora e severa me impõe.
Nessas alturas, tantas que são,
ouço a alma que me segreda
coisas de espantar e conselhos,
tantos são que não consigo segui-los,
mas a alma, essa gestora de mim,
dos meus momentos, dos meus silêncios,
obriga-me à castidade mental,
e eu sinto-me, muitas vezes,
tão só, neste mundo repleto de gente.