O homem de Lisboa (2014-09-05)
canetadapoesia
Viera de longe, tão longe que,
já não conseguia determinar essa lonjura,
o homem de Lisboa.
Na pureza da raça que abarcava,
se vertiam todas as cores deste mundo,
porque ele descendia do só agora compreendido.
Veio do Norte e do Sul, do Este e do Oeste,
tinha vindo de todo o lado,
calcorreado os caminhos do mundo,
mas era o homem de Lisboa.
Aqui, neste cadinho mediterrânico,
juntou e amassou todos os condimentos,
ferveu-os na pressão das caldeiras vulcânicas,
que nos brotam do mais fundo da terra,
marinou tudo na água do sal que
dos seus olhos futuros se soltariam,
nasceu a obra prima inigualável,
o homem de Lisboa.
O cidadão do Universo que de desconhecido
o deu a provar a quantos duvidaram,
que dos pinhais que um povo sonhou
mais o linho que bordou ao vento içado,
nasceria o mundo que conhecemos e,
o ser de raça pura e mesclada que daí resultou,
o homem de Lisboa.