Gaivota (2010)
canetadapoesia
Empoleirou-se no topo de um mastro.
A sagacidade do olhar pesquisou à volta,
semicerrou as pálpebras e afinou o olhar,
o mar ali, à distância de um bater de asas.
Alisou as penas, esticou as asas,
um leve bater, um aquecimento prévio,
dois estridentes gritos e uma queda no vazio.
A força da elevação leva-a às alturas,
pica o oceano, volta a subir,
três voltas depois, retorna à posição inicial.
No seu mar, fonte de alimentação,
nada encontra para se sustentar,
vira-se para terra e lá ao longe vislumbra.
Descobre nova fonte de vida,
a lixeira humana vai passar a alimentá-la.