Mimos e impropérios (2019-06-28)
canetadapoesia
Porque me incendeias com a tua ira
e me olhas pelas formas que são tuas,
não respeitas o que sinto ou digo
porque os meus padrões são diferentes!
Defendes o que o teu umbigo,
limitado ao tempo e espaço em que vives,
debita em termos de existência do agora,
eu deixo que o meu vagueie
pelas experiências da vida já passada
e pelo mundo por onde viajou.
Porque eu grito pela igualdade de todos
e respeito qualquer opinião, até a tua,
mas não aceito que, por ter a minha,
te libertes do dever do civismo e educação,
denegrindo-me e rastejando pelo insulto pessoal.
Estou cansado de fingir que não ouço
o que da boca te sai e a mim se dirige,
sem que o acto de pensar como humano consciente
não esteja presente na tua forma de vida.
Porque estou cansado e recheado
daquilo que considero no meu íntimo
como mimos de caprichoso ser,
que só se afirma com impropérios
da baixeza humana que desconhece a educação.