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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

05
Dez19

Náufraga (2011)


canetadapoesia

 

 

Encontrara-a por acaso,

num almoço,

deitei-lhe para cima a esquina do olhar.

Não parecia uma náufraga,

não a vislumbrava a afogar-se

num qualquer lago profundo,

olhou-me,

e o seu olhar semicerrado não se propôs a coisa alguma,

mas expôs-se,

um ligeiro tremer de lábios nada dizia

se a minha atenção não estivesse desperta,

mas o cerrar de dentes sobre eles,

logo denunciaram o propósito.

Não era náufraga,

sem hesitar propôs o pecado da traição.

Tirei a lição da emancipação.

04
Dez19

Dias de doidice (2011)


canetadapoesia

 

 

Senti-me doido,

nervoso,

sei lá como me senti.

Mas sei que nestas alturas,

a caneta corre-me sobre o papel como nunca,

e escrevo,

escrevo poesia como se a estivesse a viver no momento.

Nem sequer me detenho a avaliar,

despejo o que me vai na alma,

com a mesma violência com que me aparece.

Questiono-me por vezes,

Será que vale a pena?

Será que tem alguma qualidade?

Será que alguém a percebe?

Será que me percebem?

Que percebem esta mente deslocada no tempo,

Quase a roçar o ensandecimento?

Dias de doidice, nada mais.

02
Dez19

A alvura de uma folha de papel (2011)


canetadapoesia

 

 

Era uma folha em branco, tão alva na sua brancura,

tão pura na sua intrincada construção de papel,

que nem se lembrava,

que em tempos fora parte de uma rugosa,

quem sabe frondosa também,

árvore da vida, dessas que produzem oxigénio.

E nessa alvura construída,

deixei cair um borrão de tinta,

a caneta esvaiu-se sobre o imaculado papel,

deixou marca.

Sem outra coisa a fazer peguei no pequeno borrão

e dele fiz uma pinta,

num “i” o coloquei,

e desse “i” partiu em estouvada correria,

uma nova poesia, das que nos alegram a alma,

provando que de um borrão, que maculou uma alva folha,

também se pode fazer amor,

amor às letras e às alvas folhas que dele necessitam.

01
Dez19

Corre-me nas veias (2011)


canetadapoesia

 

 

Ele corre-me nas veias,

já o dei em muitas ocasiões,

necessidades urgentes ou não,

mas dei,

sempre que me foi possível.

Agora não posso,

não o aceitam,

acham que está maculado,

por uma coisa qualquer,

talvez tenham razão,

alguma coisa o tocou,

devem preservar-se os receptores.

Mas tenho pena,

gostava de o dar,

porque em cada gotinha do meu pulsar,

via a vida a passar,

para outra vida necessitada.

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