Nos teus passeios rubros,
de acácias floridas com a força de uma terra de fogo,
calcorreei os quilómetros da felicidade.
Vivia no sonho de que um dia te libertarias
e nesse parto não via as dores da separação.
Abandonaste-me e eu abandonei-te.
Em vão esperando que uma palavra,
uma só bastaria, para que o regresso se fizesse,
e a palavra não veio, nunca apareceu.
Fechei o baú da memória guardando no fundo as recordações,
boas e más, que de todas tinha colecção.
Mais de quarenta anos depois resta-me,
de quando em vez, abri-lo, sentir-lhe o cheiro,
e ao voltar a fechá-lo guardar, no coração,
o que foi um grande amor e doravante
olhar-te de longe desejando que tenhas vida longa e feliz,
pois pensando bem,
já não te conheço, já não és o meu País.