Mãos que abarcam a vida (2012)
canetadapoesia
Sentado à volta do verde,
das plantas que me cultivam,
divirjo o olhar para um vazo,
acabaram de rebentar mais duas,
plantas exóticas, talvez,
nasceram da paixão
que nelas depositaram minhas mãos,
uns simples caroços, sementes.
Crescem desbragadas,
viçosas, mais duas mangueiras,
e para quê? Pergunto,
se não tenho espaço para as criar?
Não sei responder,
é um impulso,
fazê-las crescer, vê-las desenvolverem-se,
são estas mãos que abarcam a vida,
são estes olhos que não se cansam de as ver desabrochar.