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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

31
Mar20

Folhas secas (2012)


canetadapoesia

 

 

O que se sente quando uma folha cai?

Nada de especial dirão, secou e caiu.

Uma folha cai porque seca,

porque já não se suporta junto à árvore que a viu nascer.

Pois imaginemos a coisa,

Será que a folha cai por cansaço?

Pois sim, cansaço!

É que isto de passar uma vida pendurado cansa mesmo.

E quando nos cansamos, como as folhas,

definhamos, secamos e,

finalmente, desprendemo-nos da vida,

como as folhas se desprendem,

dos frondosos ramos das árvores.

30
Mar20

Brisa (2012)


canetadapoesia

 

 

De longe soprava uma brisa calma,

fresca e acolhedora que cobria o calor do dia,

por entre os sopros sentia o perfume atordoador

com que me envolvias no abraço do desejo.

Sentia-te ao longe, sentia-te longe,

mas o sentir do amor,

desperto pelo perfume de teu corpo

inalava-o pelo sopro da brisa da tarde.

29
Mar20

Iniciativa (2012)


canetadapoesia

 

 

Sempre foi tua a iniciativa,

que eu tímido e amedrontado,

nunca fui capaz de a ter.

E assim foi que,

também a tomaste quando,

quase sem me aperceber,

também me tomaste para ti.

29
Mar20

O sino (2012)


canetadapoesia

 

 

No ponto mais elevado da aldeia,

a construção mais alta das que a rodeiam,

a torre da igreja,

e no cimo o sino,

que toca, repica e marca as horas.

Chama os crentes, avisa-os, informa-os.

Toca e retoca, repica de dia,

silencia-se à noite,

para retomar os seus sons

mal a noite abre os olhos

e a madrugada anuncia o novo dia.

Toca e repica,

o sino da aldeia,

que pelos seus sons,

se transforma no jornal informativo.

Toca e repica.

27
Mar20

Ao longe (2012)


canetadapoesia

 

 

Se te vejo ao longe e não te fujo,

se me aproximo e te sorrio,

se me sorris também,

é certo e seguro que

um abraço se seguirá,

apertadinho, delicioso e sentido,

quem sabe onde nos levará?

26
Mar20

Bate o vento (2012)


canetadapoesia

 

 

De frente, impiedoso,

bate-me o vento e fecha-me os olhos.

Não quero, não os posso ter fechados,

que estes olhos vêm o que não querem,

mas vêm o que devem ver.

Quero-os abertos,

esbugalhados mesmo, se for o caso,

mesmo que o vento me bata de frente impiedoso,

porque estes olhos,

são o testemunho do que vejo e não quero ver,

mas são também o testemunho do que devem ver.

Para memória futura,

para memória presente,

para memória do que já é passado,

mas sempre como testemunho presente,

da indignidade humana que,

nos abate, amesquinha, diminui e volatiliza,

na vida que nos tiram.

Testemunhas vivas que não se podem fechar,

a vento nenhum que o queira.

25
Mar20

Olhar furibundo (2012)


canetadapoesia

 

 

Olhas-me com a aspereza que só o teu olhar furibundo,

consegue em mim depositar temor.

E porquê? Porquê, pergunto-te.

E a resposta célere como um cometa,

arremetendo em minha direcção,

atinge-me e acocora-me de tristeza.

Não gosto de piropos!

E porque não se nem sequer te disse nada ofensivo?

Limitei-me a ser eu,

aquele que tem dentro de si a beleza e a poesia e que,

por vezes não consegue contê-la.

Transbordo do meu silencioso interior,

e desdobro-me em prazeres de olhares sorridentes,

no fundo, das minhas palavras nem se intui um piropo,

foi tão somente uma constatação.

E o que afirmei e constato de novo,

é que a beleza assenta em ti como a primavera nas andorinhas,

és bonita, limitei-me a confirmá-lo.

24
Mar20

Outros caminhos (2012)


canetadapoesia

 

 

Não penses que te engano,

seria a última coisa que faria,

garanto que quando me entrego,

é por inteiro,

sem desvios ou outros devaneios.

E será bom,

excelente mesmo,

enquanto perdurar e depois,

bem, depois, outros caminhos se trilharão.

23
Mar20

Olhares (2012)


canetadapoesia

 

 

Serenos no olhar da vida,

aos cantos a marca

dos anos que se foram,

das agruras suportadas,

de alguma felicidade passada,

e as estrias que os ornamentavam,

eram símbolos de uma riqueza vivida,

de olhares múltiplos sobre a vida e o mundo,

o testemunho de uma mulher

sábia na sua singeleza

que nos deixava enamorados.

22
Mar20

A caminhada da vida (2012)


canetadapoesia

 

 

As crianças cresceram,

fizeram-se homens.

Os homens envelheceram,

mataram a criança que neles residia.

E a esperança que nas primeiras vivia

foi morrendo na caminhada da vida.

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