Do prazer (2012)
canetadapoesia
Em antecipação do prazer,
corre o fecho éclair,
descobre a abertura onde,
com deleite e talvez um pouco da luxúria
que o corpo lhe solicita,
introduz os dedos,
corre-os de um a outro lado,
sente a maciez dos finos folículos que nos dedos se lhe enrolam.
Escancara a abertura e introduz o nariz,
o órgão em que mais sente o afrodisíaco odor,
extasiado aproxima o instrumento e introdu-lo na abertura,
com os dedos enche-o e calca-o com a ternura da experiência
que os rápidos e ágeis dedos possuem,
leva-o à boca e mordisca-o por momentos,
acende o fósforo e aspira o fogo que,
no interior da fornalha,
acende uma chama lenta, mas poderosa.
Numa suave baforada expele o fumo
que o prazer de tanta excitação lhe causou.
Estava, finalmente, a fumar do seu melhor cachimbo,
que volúpia, que prazer,
um autêntico orgasmo entre fumos e chupões.