Fumaça (2013)
canetadapoesia
Enquanto se consumia,
em espiral, esvaindo-se no ar quente da tarde,
com ele se dispersavam os sonhos,
de outras tardes,
de outros dias,
de uma vida que se esfuma no ar.
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canetadapoesia
Enquanto se consumia,
em espiral, esvaindo-se no ar quente da tarde,
com ele se dispersavam os sonhos,
de outras tardes,
de outros dias,
de uma vida que se esfuma no ar.
canetadapoesia
Contra mim não,
não arremetas contra quem
nem uma mão levantará para se defender,
não arremetas contra mim.
Mesmo que o faças,
ainda que veja minhas carnes
dilaceradas, rasgadas,
pela fúria que te contempla,
não levantarei uma mão para me defender,
não me atrevo a magoar outro humano meu irmão.
canetadapoesia
Tenho um caderninho preto,
ali escrevo o que me vai pela alma
e faço-o nos locais mais estranhos,
ou talvez não,
mas escrevo tudo o que me vem à mente,
são tantas coisas que me custa lá colocá-las todas.
Mas este caderninho é importante,
não por ser preto,
ou que fosse de qualquer outra cor,
mas porque é o receptáculo das minhas palavras.
Boas ou más, lá estão todas elas,
juntas e formando frases
que têm sentido ou talvez não,
mas são os meus pensamentos,
é a minha alma em escrita de caneta.
canetadapoesia
Não vens, mas ainda assim,
espero-te,
com a vontade férrea de te ver,
espero-te,
porque te quero perto de mim,
espero-te,
porque não te quero afastada,
espero-te,
sempre que estás longe,
espero-te.
canetadapoesia
Que reflectem as imagens mais prováveis,
as nossas imagens,
aquilo que queremos ver,
o que gostamos de apreciar,
mas os espelhos podem revelar outras coisas,
aquilo que não vemos à vista desarmada e,
ao primeiro olhar não se mostram nos espelhos,
os estados de espírito,
os ânimos e os sentimentos,
os espelhos não nos mostram a nossa alma.
canetadapoesia
Se mudar, mudamos também,
se não mudar ficamos
capturados pelas teias do passado
e não evoluímos,
e não sentimos os novos ventos.
As mentalidades são assim,
uma espécie de travão
que nos arrasta num chão de escolhos
impedindo-nos o voar mais alto,
livres e soltos,
pelos ventos do nosso ser.
canetadapoesia
O verde exuberante da floresta,
a densidade cerrada da folhagem,
impenetrável,
quase um paraíso,
só faltava o chilrear da passarada.
Foi essa a centelha que num ápice,
te percorreu os neurónios e chegou ao cérebro,
o aviso da natureza.
Nesse preciso instante caíste de bruços,
rolaste sobre o corpo,
ouviste o zumbido fatal,
que assim seria,
se não conhecesses a linguagem da mata.
Um milésimo de segundo que te salva a vida.
canetadapoesia
Choro as lágrimas do riso,
que na felicidade se fazem sentir,
e ao teu lado emociono-me,
com a simples troca de um olhar.
canetadapoesia
Retraio-me na vontade de te tocar,
minhas mãos tremem
num prazer antecipado
de nelas sentir o calor do corpo teu,
cresço e multiplico-me
na luxúria de despudorados pensamentos,
antecipo o doce sabor do mel,
que da tua colmeia sagrada
me há-de saciar,
e, no entanto, tremo,
só de em ti poisar o olhar.
canetadapoesia
É o que vejo neste areal,
estende-se para lá do olhar.
Traços e linhas
nos corpos tisnados pelo sol,
na intensidade da procura
de um bronzeado para os corpos desnudados.
Traços e linhas
que tapam a impossibilidade de ser tapada,
que de tão finos mal se vêm,
mas os corpos sim,
voluptuosos uns, outros menos,
mas corpos desnudados pelo sol que os aquece.
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