Na tua fértil imaginação de criança criaste a solução
de um presente que me havias de ofertar.
A embalagem moldaste em matéria de prata,
fizeste um saquinho de papel prateado
dentro do qual guardarias a surpresa.
Chegaste-te a mim e disseste…
esta é a minha prenda pelos teus anos.
Olhei-te de olhos já meio humedecidos porque,
ali vinha um presente dos que não se esquecem pela vida fora.
Segurei o pequeno pacotinho de mãos trémulas,
abri-o e vi que lá dentro,
vinha uma das minhas maiores alegrias,
um papel dobrado em quatro escrito pelas tuas mãos e nele…
um poema por ti criado.
Foi a melhor prende que alguma vez desejei receber.
Dos olhos húmidos caíu uma furtiva lágrima que espero,
ninguém tenha notado, porque era a alma a agradecer-te.