Para uma sandes (2013)
canetadapoesia
“Uma moedinha”,
ouço repicar a meus ouvidos,
“para uma sandes”,
diz a voz do outro lado da cabeça.
Levanto os olhos,
através dos andrajosos vestires,
reconheço a necessidade,
não sei se é para a sandes,
não me interessa para que fim,
sei que não posso resistir,
a tão intenso olhar.
Do bolso a retiro,
na sua mão a deposito,
com receio que se perca,
de imediato cerra o punho.
“Para uma sandes”, ou o que melhor servir,
na certeza que foi do fundo de um coração
amargurado com este mundo ingrato.