Sentado no paredão sobranceiro às águas do rio,
perdido no olhar de quem se perde no marulhar das ondas,
absorto, tão distante e tão perto.
O bater suave das pequenas ondas no molhe
anestesia-me os sentidos, amolece-me o corpo,
o sussurro que sinto penetrar-me na alma
provoca-me um sorriso na face, satisfação.
O sol encandeia-me a visão,
entre mim e a água, ia jurar, que ali passou uma sombra,
uma sereia, julguei, bem sei que é coisa que não existe,
mas na terra onde assento os pés, sim,
sereias há e esta é uma delas,
uma sereia em terra,
só para me agradar os olhos de visão turva.
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