Hoje, por obrigação canina,
senti na pele o ensurdecedor silêncio
de uma rua sem vivalma.
Nem uma pessoa para me cruzar no caminho,
nem um automóvel a passar na rua deserta,
de quando em vez,
uma motoreta de mochila arrasava o silêncio
que se abrigava sob nuvens cinzentas e ameaçadoras
de uma chuva cairia a qualquer momento.
No céu embaciado,
nem uma estrela se vislumbrava,
aqui na terra, nesta cidade de Lisboa,
o silêncio absoluto,
só o silêncio me acompanhou no passeio,
e debaixo de uma árvore,
é entrecortado pelo som de uma cigarra,
alheia ao vírus que assola o mundo.
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