Até onde a vista alcança (2013)
canetadapoesia
No céu recortava-se a borrasca
em forma de pesadas nuvens negras,
mais próximo, junto a terra,
debruavam-se o cimo dos montes
encabeçados pelo nevoeiro opaco,
aqui e ali coroados de branco.
Na terra que calcávamos,
molhada pela chuva constante,
alagada pelos imensos lençóis de água,
distinguíamos ao longe,
bem para lá do que a vista alcança,
muito além do esticar de um braço,
a monumental catedral de Tuy
encimando as casinhas circundantes,
minúsculas quando daqui as olhamos,
e para lá chegar em corpo o rio Minho e a secular ponte
de ferro forjada e cinzento pintada,
e por cima, até ainda passa, o comboio.