Talvez seja melhor assim,
baixinho, em surdina,
para que os sentidos, alerta,
ouçam a palavra
que da vida faz poesia.
Baixinho, para não espantar,
de modo a que a alma sinta
na profundidade o poema.
Em surdina, sentindo o som,
que desperta a alma do poeta,
que expressivo entoa a palavra
que por magia nos atravessa.
Baixinho, em surdina,
para não despertar a inveja
dos que não apreciando,
podem estragar a festa.
Baixinho e em surdina,
a poesia nasce
de palavras contadas,
de vozes serenas e por vezes
rasgadas e exasperadas.
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