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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

20
Jan21

Algazarra (2013)


canetadapoesia

 

 

Quando os copos se levantam

e as cabeças se inclinam,

para nos lábios os receberem,

sobressaem os olhos,

brilhantes, sorridentes e,

satisfeitos pela companhia.

A algazarra dispara,

em alegres e divertidas conversas,

em recordações inesquecíveis,

em pura alegria,

que do reencontro se faz vida.

Vidas que a vida acumula,

e o tempo adoça com ternura.

19
Jan21

Olhares dispersos


canetadapoesia

 

 

Com olhos marcados pelo tempo,

curvados já pelo peso da vida,

ainda assim rejuvenescidos,

pela amizade e camaradagem

de tantos anos em comum.

Nem tudo foi fácil,

e rosas havia, com espinhos também,

mas no espaço que medeia

o início e o meio da existência,

não há lugar a remorsos,

não há espaço para rancores,

e os olhares que se trocam

são manifestações de carinho.

Olhares que a saudade vincula,

a corações despertos pelo encontro, que,

mensalmente se volta a juntar e,

renova a esperança do encontro que se segue.

Olhares marcados, sorrisos rasgados.

18
Jan21

Deixei-me ir (2013)


canetadapoesia

 

 

Queria escrever poesia e nada saia,

debrucei-me sobre o papel à minha frente,

tentei soltar palavras que se escondiam

bem no fundo de minha alma,

mas não saiam, não queriam soltar-se.

Sobre a folha imaculada depus a caneta,

recostei-me na cadeira e olhei-as afastado,

só vi a brancura do papel, a negridão da caneta.

Desisti, não ia escrever nada, porque nada saia,

e quando me dedicava a tudo guardar,

num repente, inesperadamente,

surgindo na ponta de meus lábios,

eis que uma palavra, uma palavrinha só,

despoletou o enguiço e deslizou,

de dentro de mim para cima do papel.

Fluíram as palavras, nasceu o poema e escrevi,

até me doerem os dedos, sem parar, sem quase pensar,

deixei-me ir ao sabor de tantas letras, de palavras,

que quando se juntavam me encantavam.

Deixei-me ir ao encontro do poema.

17
Jan21

Passei por aqui (2013)


canetadapoesia

 

 

Não esperava encontrar-te,

passei por aqui ao acaso,

dou de caras contigo e gostei,

sabes como gosto de te ver,

mesmo sendo raras as vezes,

nunca deixas de me fazer sorrir o olhar.

Acho que isto é o destino,

dizem que é ele que escolhe os momentos,

e que bem que ele os sabe escolher,

pois este, por inesperado que é,

mais satisfação me dá,

porque gosto de te ver,

e eu que, sem saber e querer,

passei por aqui para te ver.

16
Jan21

Ser prudente


canetadapoesia

 

 

Sempre com calma, sempre dentro dos limites,

Guardando para mim a velha máxima,

“seja prudente, evite o acidente”,

e na verdade não funciona.

Porque não basta eu ser prudente,

é preciso que os outros o sejam também,

o que encontro pelas estradas deste país,

não é nada de prudência ou cuidados na condução,

vai daí, caem-me em cima de vez em quando,

e quando acontece por burrice e estupidez,

deixa-me mesmo fora de mim.

Mas sou prudente, evito a discussão,

especialmente quando assumem logo o erro,

mas por favor sejam prudentes.

15
Jan21

Já nem me apetece


canetadapoesia

 

 

Tenho fome, quero comer,

qualquer coisinha,

desde que tape este buraco,

mas quando olho a comida,

mesmo lembrando-me dos que nem a olham,

já nem me apetece, perco o apetite,

e, no entanto, tenho fome,

mas nem consigo comer,

inerte, é o meu estado,

ando por aqui,

e nem sei por onde.

Qual zumbi, sem orientação,

vou pairando sob estes escombros,

que já dificilmente se sustêm.

14
Jan21

O que vos diga? (2013)


canetadapoesia

 

 

Bem olho à volta,

bem gostava de vos dizer,

bem queria orientar-vos,

mas não consigo.

É que noto que não há diferenças,

são todos iguais,

todos vendem um peixe que já fede,

e mesmo assim insistem,

tentam enganar-nos,

levar-nos à certa.

Comigo não contem,

não lhes darei esse prazer,

muito menos lhes darei o voto,

antes rasgá-lo, estropiá-lo, anulá-lo,

mas o voto? O que conta?

Esse não, não o darei,

porque não o merecem.

O que vos diga? Nem sei.

13
Jan21

Olha o sol! (2013)


canetadapoesia

 

 

Apareceu atrás da noite fria,

despontou num horizonte já quase esquecido,

abriu o dia luminoso,

aqueceu a terra que pisamos,

secou as poças da tempestade,

o sol ergueu-se lá no alto,

bem visível para que todos, em uníssono,

sentissem a sua presença.

Brilhou com uma luz natural e tão intensa que,

com a rapidez de uma velocidade incrível,

nos fez esquecer os dias de trevas,

de chuva e temporal.

Brilhou e encantou,

criando esperança em dias melhores.

12
Jan21

O meu mundo (2013)


canetadapoesia

 

 

É tão restrito o meu mundo,

tão pequeno quanto eu sou,

e tão largo de dimensões,

tão vasto de horizontes,

que por vezes me sinto a pensar,

que afinal me restrinjo a mim próprio,

na capacidade de verificar essa mesma restrição.

É tão restrito o meu mundo,

afinal tão vasto que não consigo,

por mim só,

alcançá-lo todo.

11
Jan21

O poeta é louco (2013)


canetadapoesia

 

 

É louco o poeta, mas faz poesia

das coisas mais dispares,

dos motivos mais estranhos,

da alegria ou da tristeza,

de momentos vividos,

ou mesmo dos que se imaginam.

Mas poesia? Poesia é isso tudo,

vem com a loucura do poeta

e não é boa nem má, é poesia.

Mas que o poeta é louco, não tenho dúvidas,

senão como imaginaria tanta poesia

no meio de tanta desgraça, de tristezas infindas?

É louco é, mas sofre de uma loucura sã.

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