Sonhos “insonhados” (2014)
canetadapoesia
Deserta estava a praia e a criança remexia
na areia molhada que lhe servia de sonho,
de cada minúsculo grão construía partes do seu castelo,
indiferente ao marulhar das ondas,
que no seu ciclo na praia se deitavam,
esticando-se sobre a areia onde a criança sonhava.
Onde não havia multidão, havia areia e praia,
longa e silenciosa, onde se ouvia de quando em vez,
uma gaivota solitária que esvoaçava sobre ela,
levantava os olhos, imobilizava-se por momentos,
logo voltava à areia, construindo o seu castelo,
sonhando os sonhos “insonhados”,
que um dia serão o seu futuro e ali,
na areia molhada, os construía.
Corria pela praia e castelos de sonho criava,
sem multidões, sem que a praia estivesse repleta,
sozinha, uma criança sonhava.