Estava ali parado, soprando,
de cada bochecha cheia e esvaziada,
saía um balão inflado.
Eram tantos e de tantas cores,
que as crianças faziam fila,
não para os comprar,
mas para apreciarem tão vasto colorido.
Chegavam, aproximavam-se e apreciavam,
com os olhinhos brilhantes
do desejo pelo brinquedo colorido e,
seguiam com o sonho no olhar.
Uma ficou, não arredou pé,
viu, gostou e ali se embeveceu
das cores que o arco-íris deixou em bolas de ar,
sempre que o vento lhes batia e se movimentavam,
nas mãos da experiência feita vida
do homem que vendia sonhos às crianças,
seguia-os com o olhar triste de quem gostava de ter um.
Apercebendo-se daquela presença,
atenta, mas nada sorridente daquele rosto de tristeza,
de quem gostava, queria, mas não podia,
de quem comovia o coração mais empedernido,
separou um balão do laço que os unia,
o mais vistoso, o mais colorido, o mais inflado,
entregou-lho na mão e, de imediato,
incendiou o mundo com o sorriso mais maravilhoso,
o sorriso da criança onde criou a esperança e o sonho,
e de caminho, melhorou todo o universo que os rodeava.
Ali no sorriso de uma criança, estava a esperança do mundo.