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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

30
Jun21

Mar misterioso (2014-09-02)


canetadapoesia

 

 

Quando aqui me sento e sinto o vento que me açoita as faces,

olho-te para o fundo do rebelde ondular e nada distingo,

pois apesar da aparente calma da superfície,

muito te vai ardendo no interior misterioso.

 

E penso nas alturas em que homens temerosos de ti,

se atreveram a desafiar a tua fúria e sem pensar duas vezes,

se lançaram na aventura de te atravessar,

sem saberem sequer onde terminarias.

29
Jun21

Madrugada fria (2014-08-31)


canetadapoesia

 

 

Vi-te no etéreo sonho de uma madrugada fria,

senti-te mesmo ao pé de mim.

Voltei-me para o outro lado e lá estavas,

ali continuavas impávida e serena,

atordoando o meu dormir.

 

Não quis saber.

Fechei as cortinas do meu sonho,

Enrosquei-me no edredão,

mudei de canal e deixei de sonhar.

28
Jun21

A pressa (2014-09-01)


canetadapoesia

 

 

Quem tem pressa?

E para quê tanta pressa?

Afinal já está decidido o horário e o tempo de permanência,

com muito tempo de antecedência até.

 

Então para quê a pressa?

 

Eu não tenho,

eu quero ter ainda muito tempo,

quero continuar a cheirar a primavera,

a ouvir o chilrear da passarada,

quero sentir as gotas de chuva sobre a cabeça,

quero ver o mundo e as pessoas,

quero saborear as coisas boas da vida,

quero tudo, é certo,

no entanto, contento-me com o que puder ter,

mas sem pressa.

27
Jun21

O cheiro (2014-08-31)


canetadapoesia

 

 

Cheiro é uma coisa delicada,

pode atraiçoar-nos,

 porque atrás dele, vamos até ao infinito.

Se cheira mal, desviamos o olfacto,

afastamo-nos do local,

mas se é agradável, nem resistimos.

 

Este danado nariz não nos deixa por meias medidas,

por vezes até nos cheira a esturro,

e sabemos que não é um cheiro do nariz,

este vem mais dos sentidos.

 

Mas se o cheiro é de uma boa travessa tradicional,

Ah! Aí todos os sentidos se apuram para ver de onde vem,

e num ápice,

passamos do olfacto ao gosto,

num pulinho estamos no pecado da gula.

26
Jun21

A amizade (2014-09-22)


canetadapoesia

 

 

Não tem preço nem se compra,

não tem cor e nem sequer tem clube,

existe por isso mesmo, por amizade.

Amigos escolhem-se, quantas vezes por empatia,

não se impõem nem se afirmam,

são simplesmente amigos

porque algo de comum existe entre eles,

um passado, um presente, um terceiro, ou até coisa nenhuma.

Mas quando se perde um amigo,

por vontade própria ou porque ele escolheu deixar de o ser,

é uma tristeza e fica um vazio no estômago.

Questionamos atitudes, acções e coisas mais,

e se não encontramos razoabilidade na postura,

então estávamos enganados,

não era um amigo,

era qualquer coisa que não se sabe,

mas amigo não era,

porque amigo não procede assim.

25
Jun21

Um simples humano (2014-08-08)


canetadapoesia

 

 

Não te curves perante mim,

afinal quem sou eu?

Um simples humano,

Que te olha e se admira com tamanha beleza.

Eu dobro-me para ti,

ajoelho-me se for preciso,

admiro-te do mais baixo que me possa vergar,

mas admiro-te,

pela beleza que não espelha as angústias,

mas pela beleza serena que irradias.

24
Jun21

Metades (2014-08-30)


canetadapoesia

 

 

Porque sou feito de metades,

não me encolho à chuva,

que molha uma delas

mas a outra logo a seca.

 

Porque sou feito de metades,

molho-me, mas seco-me.

 

Porque sou feito de metades,

tenho uma parte triste,

mas a outra é esplendorosa

e brilha e aquece o coração,

porque essa é feita de sol.

24
Jun21

Menino ainda (2014-08-31)


canetadapoesia

 

Sem a preocupação da vida

corria os campos do terreiro,

descobria as sombras da mata,

ouvia os passarinhos no alto do cafeeiro.

Com o arco e a gancheta

corria o mundo que só eu descortinava,

juntos e em grupo, vagueávamos pela paleta,

corríamos pelos autódromos do verde que nos encantava.

E ao fim do dia

estacionávamos os bólides,

prontos para o dia que despontaria,

e para as renovadas vontades.

Encostados às paredes de casa,

sem alarmes nem segurança,

ganchetas ao lado,

recolhíamos sem pressa

e retemperávamos forças no sabor da janta.

22
Jun21

Pétalas (2014-08-31)


canetadapoesia

 

 

Vi a flor desabrochar,

preguiçosamente abriu as pétalas ao sol do dia que nascia,

logo uma abelha se acercou,

entrou-lhe entre elas e cheirou, pesquisou,

sugou-lhe todo o pólen que transformaria em mel,

no fim do dia,

cansada de ser extirpada do seu suco,

recolhe as pétalas, dobra-as elegante e pudica,

no seu dar-se ao dia, às abelhas e ao mundo.

 

Amanhã, recuperada da noite retemperadora,

esquecerá o cansaço do dia anterior,

de novo se abrirá em resplandecente estirar de pétalas,

de novo voarão à sua volta e de novo será sugada,

e o mel que daí virá, será tão doce,

como o são as suas pétalas abertas.

21
Jun21

O embondeiro (2014-08-07)


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Éramos muitos,

para aí uns dez ou mesmo mais,

íamos agora tirar a prova dos nove,

seria que era tão grande como parecia?

Demos as mãos,

começámos a rodeá-lo,

braços esticados,

mais esticados ainda,

não chegávamos,

precisávamos de mais um ou dois,

e sempre em esforço, bem esticados,

conseguimos rodeá-lo.

Era enorme na verdade,

chegámos aos dez e só assim o rodeámos.

Afinal a fama do embondeiro era verdadeira,

eram precisos muitos homens,

encostadinhos a ele, bem esticados,

para lhe sentirem o coração.

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