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Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

14
Set21

A alvura de uma folha de papel (2014-09-23)


canetadapoesia

 

 

Era uma folha em branco, tão alva na sua brancura,

tão pura na sua intrincada construção de papel,

que nem se lembrava

que em tempos fora parte de uma rugosa,

quem sabe frondosa também,

árvore da vida, dessas que produzem oxigénio.

E nessa alvura construída

deixei cair um borrão de tinta,

a caneta esvaiu-se sobre o imaculado papel,

deixou marca.

Sem outra coisa a fazer,

peguei no pequeno borrão e dele fiz uma pinta,

num “i” o coloquei,

e desse “i” partiu em estouvada correria,

uma nova poesia, das que nos alegram a alma,

provando que de um borrão, que maculou uma alva folha,

também se pode fazer amor,

amor às letras e às alvas folhas que delas necessitam.

13
Set21

E ferve silenciosamente (2014-09-14)


canetadapoesia

 

 

Vermelho,

quando o vejo.

Quente,

quando o sinto entre os dedos.

E ferve,

quando impossibilitado de gritar,

no interior da minha alma

o sinto em ebulição extrema,

rasgando veias,

abrindo caminhos,

sangrando sem se ver,

porque a injustiça,

também pode ser invisível ao olhar,

mas o coração sente-a,

e sangra silenciosamente.

12
Set21

Corre-me nas veias (2014-08-20)


canetadapoesia

 

 

Ele corre-me nas veias,

já o dei em muitas ocasiões,

necessidades urgentes ou não,

mas dei,

sempre que me foi possível.

Agora não posso,

não o aceitam,

acham que está maculado,

por uma coisa qualquer,

talvez tenham razão,

alguma coisa o tocou,

devem preservar-se os receptores.

Mas tenho pena,

gostava de o dar,

porque em cada gotinha do meu pulsar,

via a vida a passar,

para outra vida necessitada.

08
Set21

Olhos cansados (2014-09-27)


canetadapoesia

 

 

Porque olho o horizonte

e dificilmente distingo para lá das sombras

que ao longe se opõem ao meu olhar,

dispersando os sonhos que antes ali bailavam,

já não perco o meu olhar deslumbrado

a juntá-las peça a peça.

Olho o horizonte,

só por olhar,

não espero que me traga novidades

que sejam diferentes das que me tem trazido.

02
Set21

Houve um tempo de pecado (2014-08-30)


canetadapoesia

 

 

Houve um tempo em que não tivemos noites,

não podíamos,

éramos pecadores e nem nos confessávamos,

porque o segredo, o nosso segredo,

consistia no anonimato.

Mas houve tardes,

e tantas que se tornaram poucas,

para extrair todo o pecado que em nós morava.

E pecámos.

Sucessiva e consequentemente,

em tardes inteiras que acabavam ao anoitecer,

em dias que fazia chuva e frio,

em dias que o sol abundava,

mas no recanto do nosso pecado o frio era uma constante,

e só assim se compreende que nos abraçássemos,

tão arrebatadoramente nos agarrássemos,

e que o pecado consumássemos.

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