A alvura de uma folha de papel (2014-09-23)
canetadapoesia
Era uma folha em branco, tão alva na sua brancura,
tão pura na sua intrincada construção de papel,
que nem se lembrava
que em tempos fora parte de uma rugosa,
quem sabe frondosa também,
árvore da vida, dessas que produzem oxigénio.
E nessa alvura construída
deixei cair um borrão de tinta,
a caneta esvaiu-se sobre o imaculado papel,
deixou marca.
Sem outra coisa a fazer,
peguei no pequeno borrão e dele fiz uma pinta,
num “i” o coloquei,
e desse “i” partiu em estouvada correria,
uma nova poesia, das que nos alegram a alma,
provando que de um borrão, que maculou uma alva folha,
também se pode fazer amor,
amor às letras e às alvas folhas que delas necessitam.