Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

22
Dez21

A minha árvore deste Natal (2014-12-21)


canetadapoesia

 

 

Olhei para ela e ali estava, de pé, a árvore de Natal,

pequenina como sempre,

mas tão cheia de carinho e amor,

só tinha, agora, que lhe acrescentar os enfeites.

 

Conforme os ia acrescentando,

bolas brilhantes, luzinhas cintilantes,

e outros artefactos de embelezamento,

fui criando mentalmente

a minha árvore deste Natal,

invisível aos olhos humanos,

pois na alma me residia e,

estrela após estrela fui acrescentando-a,

à medida de tudo o que desejava.

 

Por cada amigo, mais uma estrela na alma,

e de cada brilho um novo desejo,

um voto de harmonia, de serenidade,

para que nesta Santa Noite,

todos comunguem em uníssono,

da paz, carinho e amor que lhes desejo.

 

Por isso, para todos,

quando digo todos, são mesmo todos,

os que me fizeram bem, os que me ignoraram ou,

mesmo aqueles que me fizeram mal,

quero manter a minha postura e desejar-lhes tudo de bom,

perdoar todos os males e ainda,

garantir-lhes uma das minhas estrelas mais cintilantes,

e que no ano que aí vem tenham tudo de bom,

tudo o que de melhor a vida lhes possa dar.

 

Para mim, um desejo mais simples,

manter-me humano e sensível

a tudo o que quero da vida,

para mim, para os meus, para os amigos e inimigos,

uma noite de Paz, Amor, Amizade e,

um ano pleno de felicidade.

21
Dez21

Apressados (2014-10-28)


canetadapoesia

 

 

Entram a correr, apressados,

encostam-se ao balcão,

pedem um café,

sôfregos,

engolem-no de um trago.

Sentem a adrenalina a subir,

trepa-lhes o corpo,

atinge-os no cérebro,

desencadeia reacções e,

sentem-se, enfim,

preparados para um novo dia,

prontos a enfrentar o stress que esta vida,

mais que qualquer outra coisa,

lhes proporciona em quantidade.

20
Dez21

Por trás da espera (2014-10-28)


canetadapoesia

 

 

Por trás do arbusto,

a espera faz-se até que,

incauta, a caça apareça.

Por trás da vida,

assim se processa a espera,

não pela incauta caça,

mas pela esperançosa vivência,

que se vai desfazendo

em estranhas sensações,

nubladas pelo receio

que esta espera representa.

A espera, que desespera e,

no entretanto,

nada mais que a espera,

que atormenta o espírito,

desta alma atormentada.

13
Dez21

Descrição (2014-10-28)


canetadapoesia

 

 

Não inventes mais estórias,

esse é um assunto que

só se entende se bem descrito,

portanto atreve-te, descreve,

mas descreve tudo,

até ao mais ínfimo pormenor.

Não omitas nada,

ainda que te pareça insignificante,

pois todos os detalhes

que fores desfiando

são importantes para que,

depois de tudo bem descrito,

se consiga então

identificar o objecto

das intermináveis estórias contadas

e dessa descrição tão intensa.

12
Dez21

Sabes lá tu (2014-10-29)


canetadapoesia

 

 

Dizes-me com a certeza dos conhecedores,

e repetes com ênfase que sim,

que estamos em pleno mês,

aquele em que o Outono se reconhece,

eu olho-te sem te desmentir,

e do meu rosto solta-se um sorriso,

singelo, feliz, gratificante.

Desse sorriso desprendem-se alegres,

os vários trinados de pássaros distintos e,

entre eles, algumas flores,

que aromatizam e coloram de arco-íris,

esta minha primavera.

Por mais que me demonstres,

que o teu conhecimento é grande e,

que até sabes quantas são,

quando começam e terminam,

as tuas estações do ano,

garanto-te que não as sigo,

as minhas são diferentes.

Sinto que hoje,

no teu consagrado Outono,

nasceu mais uma primavera,

a minha primavera e,

nem perguntes como,

não saberia explicar-te,

a não ser afiançar-te que,

no ar que hoje respiro,

há aromas primaveris,

daqueles que trazem promessas de verão,

há chilreio de aves que acredito,

serem de um paraíso que é meu,

por isso te digo que,

a primavera é quando um homem a sentir,

é quando quiser que ela seja,

é quando a merecer por querê-la.

Esta é a minha primavera,

mesmo que seja em pleno Outono.

09
Dez21

Silhueta (2014-10-22)


canetadapoesia

 

 

Pela silhueta se percebia o conteúdo,

rico em cor e textura, estonteante em odor e,

terrivelmente erótico pelos sabores que proporcionava.

Sem dúvida um despertador da alma,

essa insaciável caçadora

de prazeres mundanos e deliciosos.

Meteu-lhe o nariz pelo largo e apropriado orifício,

aspirou-lhe o aroma, um autêntico bouquet florido,

pelas bordas cirandou, deixando que a língua,

ávida de satisfazer o desejo,

por ali penetrasse sem que, inicialmente,

aprovasse tal delícia de esquisito sabor

pelas bordas espalhada,

penetrando então, fundo, orifício dentro,

até ao âmago onde, de um trago,

satisfez o prazer do vinho.

08
Dez21

Insaciável (2014-10-22)


canetadapoesia

 

 

Chupava e voltava à carga,

arremetia violentamente e,

voltava a chupar, sofregamente,

como se o néctar da vida,

que ela lhe tinha proporcionado,

pelas belíssimas fábricas maternas,

os volumosos e repletos seios,

se esgotasse abruptamente.

Repleto de lauta refeição,

gozando do prazer do estômago cheio,

sorria e gracejava em chilreios,

para o mundo que o observava,

sentia-se que pelo menos,

este não passava fome,

porque mãe que se preza,

alimenta o filho,

mesmo com parte de si.

05
Dez21

Banco de jardim (2014-10-21)


canetadapoesia

 

 

Numa pausa, para almoço,

que se quer rápido e leve,

para aproveitar a sombra

que da árvore nos cai e,

sobre o banco do jardim se derrama.

Cruzam-se sons,

conversas indistintas e,

soam tão distantes que não damos conta

do seu teor à nossa volta.

Sons distantes,

que nos chegam difusos,

que ignoramos,

apesar de estarem mesmo ao lado,

de ouvidos que não se interessam

pelas conversas do banco ao lado,

pelos sons do mundo que nos inundam.

03
Dez21

Sós e acompanhados (2014-10-21)


canetadapoesia

 

 

Falas e gesticulas,

aprecio a tua fluidez,

a rapidez dos gestos,

porque as mãos,

também têm uma linguagem,

mas estás só.

Circulas no passeio e falas,

para um aparelho que te liga

a alguém, ao mundo,

mas no fundo estás só, e falas,

para ele, o aparelho,

como se estivesses acompanhado

e ao teu lado um interlocutor,

qualquer que fosse,

te respondesse à solidão.

02
Dez21

Duas caixas de cartão (2014-10-20)


canetadapoesia

 

 

Vi-o num canto de paredes,

num vão de prédio,

protegido da chuva,

que dos ventos se protegia

com uma caixa de cartão,

espalmada,

a fazer de antepara.

No outro caixote se encolhia,

do vento e dessa fome,

terrível flagelo que o acossava e

lhe formigava o vazio estômago,

há muito esquecido

dos aconchegos da vida,

e agora,

votado ao abandono,

por uma sociedade que esqueceu,

os princípios da decência e solidariedade.

Pág. 1/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Caneta da Escrita

Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2019
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2018
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2017
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2016
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2015
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2014
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2013
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub