Todos iguais
canetadapoesia
A festa decorria normalmente,
as meninas saltavam e dançavam,
cada uma para seu lado,
que raras eram as que acertavam,
nos graciosos movimentos da professora.
A meu lado um casal,
também eles com uma menina na dança,
ela atenta à filha e aos seus movimentos,
ele atento ao filho de colo e às brincadeiras com ele.
Não evitei o meu curioso olhar, disparei-o na sua direcção e,
para dentro de mim cogitei, somos na verdade todos iguais.
Aquele casal, na sua diferença,
ela muito clara, quase nórdica,
ele decididamente africano,
as crianças, nem muito claras nem muito escuras,
estavam ali pelo meio naquela cor de futuro,
e o carinho que cada um proporcionava aos rebentos,
era digno de emocionar o mais empedernido,
somos na verdade diferentes, mas todos iguais.