Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Caneta Da Poesia

Caneta Da Poesia

05
Dez21

Banco de jardim (2014-10-21)


canetadapoesia

 

 

Numa pausa, para almoço,

que se quer rápido e leve,

para aproveitar a sombra

que da árvore nos cai e,

sobre o banco do jardim se derrama.

Cruzam-se sons,

conversas indistintas e,

soam tão distantes que não damos conta

do seu teor à nossa volta.

Sons distantes,

que nos chegam difusos,

que ignoramos,

apesar de estarem mesmo ao lado,

de ouvidos que não se interessam

pelas conversas do banco ao lado,

pelos sons do mundo que nos inundam.

03
Dez21

Sós e acompanhados (2014-10-21)


canetadapoesia

 

 

Falas e gesticulas,

aprecio a tua fluidez,

a rapidez dos gestos,

porque as mãos,

também têm uma linguagem,

mas estás só.

Circulas no passeio e falas,

para um aparelho que te liga

a alguém, ao mundo,

mas no fundo estás só, e falas,

para ele, o aparelho,

como se estivesses acompanhado

e ao teu lado um interlocutor,

qualquer que fosse,

te respondesse à solidão.

02
Dez21

Duas caixas de cartão (2014-10-20)


canetadapoesia

 

 

Vi-o num canto de paredes,

num vão de prédio,

protegido da chuva,

que dos ventos se protegia

com uma caixa de cartão,

espalmada,

a fazer de antepara.

No outro caixote se encolhia,

do vento e dessa fome,

terrível flagelo que o acossava e

lhe formigava o vazio estômago,

há muito esquecido

dos aconchegos da vida,

e agora,

votado ao abandono,

por uma sociedade que esqueceu,

os princípios da decência e solidariedade.

02
Dez21

Minúsculo (2014-10-20)


canetadapoesia

 

 

Era tão pequeno,

tão minúsculo

que só lá cabia parte,

a outra metade,

que lá não cabia,

ficava do lado de fora,

olhando para a pequenez

que de tão minúscula,

lhe não permitia a entrada,

e assim, tão pequena dimensão,

dividia em duas partes,

uma alma que deveria ser

única e indivisível,

ainda que confinada

a um espaço tão minúsculo.

30
Nov21

Poder da oração (2014-10-12)


canetadapoesia

 

 

A oração faz-me sentir calmo,

pacifica-me o espírito,

expande-me a alma.

Quando falo com Ele,

falo também para mim,

sinto o fervilhar do meu ser

em cada momento de recolhimento,

e em cada um deles,

muito tenho de pedir,

hoje mais do que nunca,

e tanto que tenho de agradecer.

27
Nov21

Impulsos (2014-10-09)


canetadapoesia

 

 

São tentações imediatas,

solicitações a que não posso

nem consigo dizer não,

necessidades, talvez,

de que o verbo que corre

livremente pela mente,

se transforme em palavra,

escrita e entendível,

de preferência perceptível.

 É a mente, a imaginação,

que cria o verbo

que se faz palavra e que,

em simples frases soltas,

se transforma em alma

na vida de cada um,

nela, com o coração preso ao verbo,

nasce o poema que encanta.

26
Nov21

Dei por mim (2014-10-09)


canetadapoesia

 

 

Acordo do torpor mental,

dou por mim absorto,

numa coisa de nada,

em algo a que não se dá, vulgarmente,

qualquer importância.

No entanto, a observação,

conduz-nos por outros caminhos,

e leva-nos nas asas do pensamento,

para questões mais filosóficas,

e verificamos da importância da “coisa de nada”.

Era só o pé de uma cadeira,

mas sem ele a suportá-la,

certamente não se susteria,

liberta e segura para,

suportar o abstracto pensador.

25
Nov21

Debaixo de um sorriso (2014-11-05)


canetadapoesia

 

 

E, no entanto, entraste sorridente,

o rosto iluminado, mas,

o semblante carregado,

ainda que por baixo do sorriso,

com que brindavas o dia,

e saudavas as gentes.

Estava latente uma mágoa e mais que isso,

o que escondiam os óculos escuros,

não se podia negar.

Eras mais uma das que dão vida,

sustentam-na e depois,

são simplesmente levadas ao extremo,

de uma violência que marca, que deixa sinais,

num corpo que devia ser sagrado,

que devia ser para amar e,

venerar no ventre que dá a vida.

Debaixo do sorriso, a mágoa da brutalidade.

24
Nov21

Espalhados (2014-10-09)


canetadapoesia

 

 

Pela sala dispersos,

aguardam a chamada,

que de um impessoal canto,

do tecto esburacado,

como enfeite, é claro,

se solte a voz que, em bom som,

alto e abrangedor,

há-de pronunciar o seu nome.

Até lá, ocupa-se o tempo,

não lendo, jornais ou livros,

mas manuseando o “gadget”.

Telefones de todos os tamanhos,

feitios e cores diferentes,

servem de consolo a quem,

na sala de espera,

espera que o chamem,

e eu,

escrevo umas coisinhas.

22
Nov21

Espera-se (2014-10-09)


canetadapoesia

 

 

Na sala de espera, pois,

espera-se!

Por alguma coisa,

por pessoas ou notícias.

Espera-se,

que o correr do tempo

nos traga novas,

que nos aquietem e informem,

que afinal são novas e,

boas novas que aí vêm.

Espera-se,

vincando o desespero da espera,

enaltecendo a virtude

que nos dá força e energia,

espera-se com fé e esperança,

que as novas sejam novas.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

Caneta da Escrita

Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2019
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2018
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2017
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2016
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2015
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2014
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2013
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub