A cada baforada (2015-07-25)
canetadapoesia
Recostado no sofá de couro forrado,
olhando o vazio onde o fumo,
evoluindo se esfumará,
pensamento distante, preocupação presente,
e a lembrança dos pulinhos, que o corpinho inocente,
da pequenina princesa, Margarida de seu nome,
exercita de cada vez que assumo à porta da sua sala de escola.
Sinto na pele a comoção, a emoção formada,
de ver aqueles bracinhos elevarem-se até mim,
clamarem por um colinho,
que a retire da clausura forçada.
Ao elevá-la até aos ombros, olhos nos olhos
e senti-la de sorriso armado,
pousando em mim um ar traquina,
derramo em paixão todo o amor que por ela me sai do coração,
é com a alma cheia de espinhos que agora a recordo tão longe,
no momento em que gostaria e mais necessário seria,
estar tão perto e ajudá-la a ultrapassar as pintinhas,
que tão fortemente a coloriram.
A saudade, causa mesmo uma tristeza,
cuja dimensão suplanta o universo.