12
Mar17
À parede (2013)
canetadapoesia
A rua deserta, fria e solitária,
da noite longa que atravessas,
a parede como suporte,
e o cigarro que vai aquecendo,
o corpo já quente que aguarda,
um outro corpo, frio e solitário também,
que procura o calor desse teu corpo que ofereces,
entregas-te a troco de algo, a troco de nada,
entregas-te a troco de quê?
A troco da satisfação da necessidade,
que encontra a necessidade de satisfação,
de um corpo frio no teu corpo quente.